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Presidente de Madagascar falará à nação após alerta de golpe

Presidente de Madagascar falará à nação após alerta de golpe

Reuters

13/10/2025

Placeholder - loading - Protesto em Antananarivo, Madagascar  13/10/2025   REUTERS/Siphiwe Sibeko
Protesto em Antananarivo, Madagascar 13/10/2025 REUTERS/Siphiwe Sibeko

Por Lovasoa Rabary e Tim Cocks

ANTANANARIVO (Reuters) - O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, falará à nação nesta segunda-feira, segundo seu gabinete, depois de ter perdido o apoio de uma importante unidade do Exército que se juntou a milhares de jovens que protestam contra a corrupção e a pobreza e exigem sua renúncia.

As manifestações na ex-colônia francesa começaram em 25 de setembro por causa da escassez de água e energia, mas rapidamente se transformaram em uma revolta por queixas mais amplas, incluindo má governança e falta de serviços básicos.

Após mais de duas semanas de protestos da Geração Z, Rajoelina alertou no domingo sobre uma tentativa de tomar o poder na nação insular na costa do sul da África, depois de perder o apoio da Capsat, uma unidade de elite que o ajudou a tomar o poder em um golpe de 2009.

Rajoelina não tem sido visto em público desde a semana passada. A ministra da Segurança Pública do país disse na segunda-feira que não sabia de seu paradeiro.

A porta-voz do presidente declarou no domingo que ele ainda estava na capital, Antananarivo, em resposta aos rumores de que ele havia fugido do país.

O Capsat disse no fim de semana que estava assumindo o comando das Forças Armadas e nomeou um novo chefe do Exército.

O presidente do Senado -- foco da ira pública durante os protestos -- foi afastado de suas funções, informou o Senado em um comunicado, e Jean André Ndremanjary foi nomeado temporariamente.

Na ausência de um presidente, o líder do Senado assume o cargo até a realização de eleições.

PROTESTOS DA GEN Z REFLETEM NEPAL E QUÊNIA

Milhares de pessoas se reuniram na segunda-feira em uma praça na capital, gritando 'o presidente tem que renunciar agora'.

Adrianarivony Fanomegantsoa, 22 anos, funcionário de um hotel, disse à Reuters que seu salário mensal de US$67 mal dava para cobrir a alimentação, explicando suas razões para participar dos protestos.

'Em 16 anos, o presidente e seu governo não fizeram nada, exceto enriquecer, enquanto o povo continua pobre. E os jovens, a Geração Z, são os que mais sofrem', afirmou ele.

Pelo menos 22 pessoas foram mortas em confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança desde 25 de setembro, de acordo com a ONU.

A ira reflete as recentes manifestações em países como Marrocos, Nepal e Quênia contra as elites no poder, com os manifestantes usando camisetas e bandeiras com o mesmo símbolo -- uma caveira com um chapéu de palha da série de mangá japonesa 'One Piece' -- usado por seus pares na Ásia e na América Latina.

Os protestos se transformaram no mais sério desafio ao governo de Rajoelina desde sua reeleição em 2023.

(Reportagem de Lovasoa Rabary e Tim Cocks)

Reuters

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