QUEEN PLANEJA SHOW HOLOGRÁFICO AO ESTILO “ABBA VOYAGE”
LANÇAMENTOS ESPECIAIS CELEBRAM 50 ANOS DE A NIGHT AT THE OPERA
João Carlos
28/11/2025
Os dois remanescentes do Queen, Brian May e Roger Taylor, já admitem em público que estão de olho em um novo tipo de palco para a banda: um show holográfico inspirado no modelo de “ABBA Voyage”, em que avatares digitais assumem o lugar dos músicos no palco. A ideia é usar tecnologia imersiva para “reunir” a formação clássica com Freddie Mercury e o baixista John Deacon, afastado da música desde 1997.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Brian May apresentou a novidade com entusiasmo:
“Nossa primeira edição especial de Natal chegou! Comemore os 50 anos de Bohemian Rhapsody com novas entrevistas com o Queen, histórias raras e memórias de Freddie.”
Na entrevista concedida à revista britânica The Big Issue, May também comentou sobre os próximos passos do grupo. Ele revelou que o Queen está avaliando diferentes formatos de espetáculos imersivos e citou diretamente a Sphere, arena de última geração em Las Vegas, como um possível palco para essa nova fase. A ideia, segundo ele, é simples de entender e complexa de realizar: permitir que o público veja novamente, diante dos olhos, o quarteto original – Freddie, John, Brian e Roger – em um ambiente de alta tecnologia pensado para o século 21.
Mais do que reaproveitar imagens antigas
O guitarrista faz questão de frisar que não se trata apenas de projetar imagens antigas em telões. A proposta é “criar o Queen como se estivéssemos criando hoje”, com um espetáculo concebido do zero para a linguagem digital atual, misturando IA, cenários virtuais e som multicanal, sem perder o clima de rock de arena que a banda consolidou nas décadas de 1970 e 1980.
May lembra que a banda já flerta com esse tipo de recurso há algum tempo. Nos shows do Queen + Adam Lambert, por exemplo, há um momento em que Freddie Mercury surge nos telões para dividir com May a balada “Love of My Life”, numa espécie de dueto à distância que costuma ser um dos pontos altos da noite. A lógica agora seria expandir essa sensação para um concerto inteiro, com avatares digitais em cena do começo ao fim.
Os rumores em torno de um Freddie Mercury em realidade virtual ganharam ainda mais força quando a empresa que administra o catálogo solo do cantor registrou marcas ligadas ao uso de seu nome em experiências em 3D e realidade virtual. Na prática, isso abriu espaço para uma série de especulações sobre um futuro projeto que envolva um “novo” Freddie digital, autorizado de forma oficial.
Na visão de Roger Taylor, o próprio Freddie provavelmente ficaria fascinado em ver o trabalho do grupo seguir vivo em formatos tecnológicos, desde que a música continue no centro da experiência. E, com os dois integrantes remanescentes já na casa dos 70 anos, a tecnologia aparece também como uma maneira de manter o legado da banda circulando para novas gerações sem depender tanto de longas turnês.
A influência de ABBA Voyage e o avanço da tecnologia
O modelo que inspira o Queen é o de “ABBA Voyage”, mega‑produção em cartaz em Londres com avatares digitais dos quatro integrantes do ABBA, em uma arena construída especialmente para o espetáculo. O projeto, que já supera a casa das dezenas de milhões de libras em bilheteria, virou referência quando o assunto é show de pop e rock com avatares digitais em vez de músicos reais no palco.
Roger Taylor chegou a assistir pessoalmente à experiência sueca. Na entrevista que concedeu ao lado de Brian May, contou que se divertiu bastante, mas admitiu que, em alguns momentos, achou as projeções “ainda não totalmente convincentes”. Desde a estreia de ABBA Voyage, porém, a tecnologia avançou alguns passos importantes. Para o baterista, esse salto abre espaço para que um possível espetáculo holográfico do Queen seja muito mais sofisticado — tanto na construção visual quanto na forma de interação com o público.
O interesse do Queen também se encaixa numa tendência mais ampla. Além do ABBA, bandas como o Kiss já anunciaram projetos de shows com avatares, reforçando a ideia de que o rock clássico encontrou nos palcos digitais uma forma de continuar lotando arenas mesmo quando os integrantes originais já não podem ou não querem cair na estrada como antes.
The Sphere: um possível palco para o Queen do futuro
Quando os integrantes do Queen citam The Sphere, eles estão falando de um dos espaços mais futuristas em atividade hoje. A arena, inaugurada em Las Vegas com uma temporada do U2, combina uma cúpula interna recoberta por telas de altíssima resolução e um sistema com cerca de 170 mil pontos de áudio, enquanto a parte externa é praticamente inteira tomada por LEDs, formando um dos maiores painéis de vídeo do mundo.
Num show do Queen ali dentro, seria possível sincronizar avatares holográficos, luz, imagens em 360 graus e som espacial, transformando clássicos como “Bohemian Rhapsody” e “Radio Ga Ga” em experiências audiovisuais ainda mais imersivas. Por enquanto, porém, não há anúncio de residência nem de datas. May fala em possibilidades em estudo, não em um espetáculo já em produção.
Vale lembrar que o próprio guitarrista era, até pouco tempo atrás, bastante cauteloso em relação a hologramas. Ele preferia concentrar a energia em apresentações ao vivo com banda “de carne e osso”. A mudança de tom mostra que, aos poucos, May e Taylor passam a enxergar a tecnologia como uma aliada para manter o Queen clássico vivo para quem já conhece a banda e para quem ainda vai descobrir essas músicas pela primeira vez.
Vinis comemorativos de A Night At The Opera: 50 anos em alta definição

Crédito da imagem: coleção comemorativa dos 50 anos do álbum A Night At The Opera e do single
Enquanto Brian May e Roger Taylor pensam em um futuro digital para o Queen, a comemoração dos 50 anos de A Night At The Opera olha com carinho para o lado mais clássico da banda: o vinil. A nova edição de aniversário, batizada de A Night At The Opera – 50th Anniversary Edition, resgata o álbum de 1975 em um único formato físico principal: um LP de 180 gramas em vinil cristalino, com selos dourados em referência ao jubileu de ouro do disco.
Além do peso audiófilo, o LP chega half-speed mastered, com corte em meia velocidade para maior precisão de detalhes, e vem em um encarte gatefold em relevo, com acabamento em folha de ouro na capa – um pacote claramente pensado para quem gosta de ter o disco na mão, não só na playlist.
O conteúdo é o clássico que os fãs conhecem de cor: de “Death On Two Legs” e “You’re My Best Friend” a “Love Of My Life” e, claro, “Bohemian Rhapsody”, fechando o lado B. A nova prensagem em vinil cristalino chegpi às lojas em outubro no mercado.
Bohemian Rhapsody em vinil azul: 7”, 12” e picture disc
No mesmo pacote de celebrações, a campanha dedica um capítulo especial ao single que mudou a história da banda. Bohemian Rhapsody – 50th Anniversary Edition volta às prateleiras em três variações em vinil, todas repetindo a combinação original de faixas com “Bohemian Rhapsody” no lado A e “I’m In Love With My Car” no lado B.
A primeira delas é o single de 7” em vinil transparente azul, prensado em peso elevado e mantendo a arte clássica do lançamento europeu, com a foto da banda em destaque. É a versão que mais conversa com o colecionador tradicional de compactos, recriando o espírito do lançamento de 31 de outubro de 1975, agora exatamente cinquenta anos depois.
Para quem prefere mais impacto visual e sonoro, há também o single de 12” em vinil transparente azul, igualmente em prensagem pesada. Essa edição amplia a área de sulco, favorecendo o grave e a abertura do som, e transforma a capa num verdadeiro pôster de vitrine – tudo isso mantendo o mesmo pareamento de faixas que consagrou o compacto original.
Fechando o trio, a gravadora prepara ainda um picture disc de 12” exclusivo, vendido diretamente ao consumidor. Aqui, o vinil vira peça de exposição: o rótulo vira arte em toda a superfície, com imagens promocionais da era A Night At The Opera, pensado para quem gosta de pendurar o disco na parede tanto quanto tocá‑lo na vitrola. Todas essas versões chegam ao mercado no mesmo dia, 31 de outubro de 2025, formando um pequeno “festival” de Bohemian Rhapsody 50th Anniversary em vinil.
Coleção pensada para o fã de vinil – e para o futuro do Queen
Em termos práticos, a campanha de 50 anos junta dois mundos: de um lado, o LP cristalino de A Night At The Opera, em vinil de 180 g, corte em meia velocidade e arte com detalhes dourados; de outro, o “mini‑catálogo” de Bohemian Rhapsody em vinil transparente azul nos formatos 7” e 12”, mais o picture disc para quem busca algo ainda mais colecionável. Tudo isso saindo por Universal Music no mundo todo, com distribuição pela Hollywood Records no mercado norte‑americano.
É uma forma curiosamente complementar ao projeto de show imersivo que Brian May e Roger Taylor estudam: enquanto a banda mira novas tecnologias para manter o legado vivo no palco, a discografia retorna às origens com edições de luxo em vinil, formato que ajudou a construir o mito de A Night At The Opera e de “Bohemian Rhapsody” ao longo dessas cinco décadas.
Assista a seguir ao trailer oficial de “Queen – A Night At The Opera Album and Bohemian Rhapsody Single: 50th Anniversary Vinyl”.


