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Reuters ganha Pulitzer por investigação sobre comércio internacional de fentanil

Placeholder - loading - Jornalista Maurice Tamman usa uma prensa de comprimidos no escritório da Reuters em Nova York 24/06/2024 REUTERS/Andrew Kelly
Jornalista Maurice Tamman usa uma prensa de comprimidos no escritório da Reuters em Nova York 24/06/2024 REUTERS/Andrew Kelly

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(Reuters) - A Reuters ganhou nesta segunda-feira o Prêmio Pulitzer de jornalismo investigativo por uma série de reportagens que penetraram no comércio internacional de produtos químicos usados para fabricar fentanil, a droga no centro de uma crise que já matou cerca de 450.000 pessoas nos Estados Unidos.

Para a série composta de sete partes, os repórteres da Reuters compraram todos os ingredientes necessários para produzir fentanil, revelando como os produtos químicos chineses que alimentam a crise de opioides sintéticos nos EUA são surpreendentemente baratos e fáceis de obter -- e por que as autoridades norte-americanas não estão conseguindo impedir esse comércio letal.

Por US$3.600, a equipe comprou produtos químicos e equipamentos suficientes para fabricar pelo menos o equivalente a US$3 milhões da droga. Os repórteres da Reuters não fabricaram fentanil, não tinham intenção de fazê-lo e providenciaram a destruição segura dos produtos químicos e de outros materiais que compraram.

A série revelou pela primeira vez como funciona a cadeia de suprimentos de produtos químicos e expôs como e por que o governo dos Estados Unidos não conseguiu conter o fluxo, apesar dos grandes esforços diplomáticos e de aplicação da lei dos governos Joe Biden e do primeiro governo Donald Trump.

A reportagem foi feita por Maurice Tamman, Laura Gottesdiener, Stephen Eisenhammer, Drazen Jorgic, Daisy Chung, Kristina Cooke, Michael Martina, Antoni Slodkowski e Shannon Stapleton.

Trabalhando nos EUA, no México, na China e em outros países, a equipe expôs como os fornecedores chineses exploraram uma brecha nas regulamentações comerciais dos EUA, conhecida como regra 'de minimis', para passar despercebidos pelos inspetores da alfândega como produtos químicos baratos. Essa regra permitia remessas isentas de tarifas de pacotes com valor inferior a US$800, o que levou a uma explosão de pacotes importados da China em particular. A isenção foi encerrada pelo governo Trump na semana passada para remessas de vendedores chineses e de Hong Kong.

Outras reportagens mostraram como vendedores de produtos químicos mexicanos facilitam o comércio para os poderosos cartéis de drogas daquele país; como a China está se defendendo dos esforços dos EUA para reprimir o comércio de produtos químicos; e como um antídoto para overdose de fentanil chamado naloxona está salvando milhares de vidas -- mas não está acabando com a epidemia de dependência dos EUA.

'A série 'Fentanyl Express' é um depoimento do poder do jornalismo investigativo para promover mudanças e responsabilizar aqueles que estão no poder', disse Alessandra Galloni, editora-chefe da Reuters. 'Estou incrivelmente orgulhosa da equipe por sua dedicação em contar essa importante história com detalhes únicos, ricos e pessoais.'

O prêmio deste ano foi o sexto Pulitzer que a Reuters ganhou nas categorias de reportagem, todos desde 2014, além de sete por fotografia, todos desde 2008. Os prêmios foram criados pelo editor de jornais Joseph Pulitzer em 1917.

(Reportagem de Daniel Trotta)

Escrito por Reuters

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