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Sequência de eventos de pequeno porte na rede elétrica desafia apuração de apagão

Placeholder - loading - Torres de transmissão de energia elétrica no Pará 30/03/2010 REUTERS/Paulo Santos
Torres de transmissão de energia elétrica no Pará 30/03/2010 REUTERS/Paulo Santos

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Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO (Reuters) - A apuração das causas do apagão que afetou mais de 25% da carga de energia do Brasil nesta semana tem sido dificultada pela inexistência de eventos de grande portes no sistema que justificassem um impacto tão expressivo na rede elétrica, segundo pessoas que acompanham as investigações e especialistas.

As autoridades brasileiras ainda não identificaram a causa do apagão, embora já tenham detectado que o 'evento zero' do problema tenha se dado com a falha em uma linha de transmissão operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Ceará.

Segundo as informações prestadas até o momento, houve um 'erro de programação' que afetou o sistema de proteção da linha --isto é, a linha parou de funcionar quando não deveria. Normalmente, os sistemas de proteção agem em momentos de sobrecarga ou curto-circuito, o que não teria sido identificado pelo ONS no caso cearense.

No entanto, a parada dessa linha, um evento pequeno e localizado, é vista como insuficiente para dar causa a um apagão da dimensão do registrado nesta semana, impactando todos os Estados do país, com exceção de Roraima.

Isso porque as redes de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) são planejadas pelo critério de confiabilidade chamado de “n-1”, de forma que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.

Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que 'o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido' e que houve 'uma série de outras falhas' que estão sendo investigadas pelo ONS.

Segundo uma fonte envolvida na apuração, foram vários eventos posteriores à falha na linha da Chesf que ocorreram em 600 milissegundos.

'Não houve um grande evento... Essa é a diferença e o desafio para a análise', acrescentou.

Há o entendimento de que, para esse efeito cascata, seria necessária a ocorrência de um segundo evento, que chegou a ser ventilado pelo governo, mas sobre o qual não há esclarecimento ainda.

Na véspera, a hipótese de um segundo evento ocorrido na região Norte naquele mesmo dia foi descartada pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

'Falhar uma linha não é uma coisa excepcional... A ideia é que uma falha simples não causa um apagão na rede básica', explica Roberto Brandão, pesquisador sênior do grupo de estudos do setor elétrico (Gesel) da UFRJ.

'É necessário que tenha tido uma segunda causa. O outro problema pode ser um defeito de configuração, pode ser um equipamento que funcionou mal na hora', exemplificou o especialista.

'São coisas que acontecem em milissegundos, ele (o ONS) tem que recompor de todos os equipamentos os dados da pertubação aqui e ali até chegar ao equipamento que falhou', acrescentou Brandão.

Uma das hipóteses que havia sido aventada é de sabotagem nas instalações, uma preocupação do governo depois da derrubada de torres de transmissão de energia no início deste ano.

No entanto, não há indícios de que tenha ocorrido sabotagem no caso do apagão desta semana, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

(Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier)

Escrito por Reuters

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