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Sirene dispara por risco em nova barragem e moradores são retirados; Justiça bloqueia mais R$5 bi da Vale

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Por Gram Slattery

BRUMADINHO, Minas Gerais (Reuters) - Um alerta de possível rompimento de uma barragem de água em Brumadinho (MG) foi acionado neste domingo, provocando a retirada de moradores de áreas de risco na mesma região atingida pelo rompimento de uma barragem de mineração na sexta-feira que deixou dezenas de mortos, segundo o Corpo de Bombeiros.

O alerta, por meio de sirene, foi disparado às 5h30 da manhã, disse o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Ele informou que cerca de 3 mil pessoas deixarão suas casas. Inicialmente a estimativa apresentada pelo tenente era de que seria necessária a retirada de 24 mil pessoas.

'Temos uma situação de risco iminente, mas não houve rompimento dessa barreira até agora e nós estamos monitorando, disse o porta-voz.

Devido ao alerta pela possibilidade de rompimento da chamada barragem B6, de água, os trabalhos de busca de desaparecidos foram suspensos, tanto devido aos riscos para as equipes como para concentrar a atuação na retirada de moradores nas áreas de risco, acrescentou Aihara.

'Nosso trabalho está completamente focado na evacuação', afirmou.

O número de mortos devido ao rompimento da barragem de rejeitos da Vale subiu para 37, segundo a Defesa Civil, que acrescentou que 192 pessoas foram resgatadas. Ao todo, 361 pessoas haviam sido localizadas, mas havia ainda 287 desaparecidas.

Segundo o porta-voz dos bombeiros, a situação que levou ao alerta é perigosa, mas ele disse não poder comentar sobre o risco de um possível novo rompimento. A segunda barragem sendo monitorada está a cerca de 50 metros da que rompeu e faz parte de um amplo complexo industrial.

O Ministério Público de Minas Gerais informou neste domingo que a Justiça mineira bloqueou mais 5 bilhões de reais da Vale para garantir a reparação de danos causados às vítimas do rompimento, ampliando para 11 bilhões de reais o total de recursos da mineradora bloqueados pela Justiça devido ao incidente.

Segundo o MPMG, que solicitou o novo bloqueio à Justiça, o dinheiro bloqueado nesta ação se soma a outros 5 bilhões de reais bloqueados para a reparação de danos ambientais provocados pelo rompimento da barragem. Além disso, a Justiça estadual de Minas Gerais também acatou pedido do governo do Estado para bloquear outro 1 bilhão de reais da mineradora.

Procurada, a Vale não comentou de imediato o novo bloqueio.

Mais cedo, a empresa havia informado que assim que foi intimada da decisão de bloqueio de 1 bilhão de reais apresentou petição informando que fará o depósito do valor, sem necessidade de bloqueio judicial, e que estava 'avaliando as providências cabíveis' quanto ao primeiro bloqueio de 5 bilhões de reais.

INDIGNAÇÃO

O trabalho de retirada de moradores desviou a atenção da busca por centenas de pessoas desaparecidas devido à avalanche de lama de rejeitos que atingiu comunidades e área administrativa da própria empresa depois do rompimento.

Imagens de TV mostraram barreiras sendo feitas na cidade, desviando pessoas de determinadas regiões e impedindo a passagem para certas áreas.

Famílias e amigos de luto por vítimas da tragédia foram forçados a deixar a cidade.

Renato Maia, um vendedor de 44 anos cuja filha do melhor amigo continua desaparecida, fugiu de casa em pânico no domingo de manhã. Por volta de meio-dia, ele e sua esposa esperavam no entorno da cidade que a polícia suspendesse um bloqueio, indignado com a situação.

'Estamos cansados da Vale... e isso está realmente piorando a situação', disse. 'Foi uma grande tragédia e agora não sabemos o que pode acontecer.'

O rompimento em Brumadinho é o segundo desastre do tipo evolvendo a Vale em pouco mais de três anos. O número de mortos já supera as 19 vítimas fatais do rompimento em 2015 de uma barragem em Mariana, também em Minas Gerais, da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP.

O rompimento da Samarco despejou cinco vezes mais rejeitos de mineração, porém em uma região mais remota. A tragédia de Mariana, no entanto, atingiu o rio Doce, o que faz dela o maior desastre ambiental da história do país.

O governo ordenou que a Vale suspenda as operações no complexo de mineração de Córrego do Feijão, local do rompimento da barragem na sexta-feira.

O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, pediu desculpas sem assumir responsabilidade em uma entrevista na televisão no sábado, e prometeu que a empresa fará a sua parte.

A causa do rompimento permanecia incerta. Inspeções recentes feitas por uma empresa de auditora alemã, a TUV SUD, e pela própria Vale não indicaram nenhum problema com a barragem, segundo as empresas.

Schvartsman disse que todas as barragens de rejeitos da Vale foram verificadas após o desastre de 2015 em Mariana, e que revisões periódicas são realizadas.

O procurador da República José Adércio Sampaio disse à Reuters no sábado que o novo colapso de barragem de rejeitos de mineração pode mudar completamente o rumo das negociações sobre uma ação de 155 bilhões de reais movida contra a Samarco e suas donas (Vale e BHP) no âmbito da tragédia ocorrida há três anos.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro, e Tatiana Bautzer, em São Paulo)

Escrito por Thomson Reuters

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