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Tarcísio é hostilizado em reunião do PL e ouve de Bolsonaro que não tem experiência política, dizem fontes

Placeholder - loading - Tarcísio de Freitas em Brasília 06/12/2022  REUTERS/Adriano Machado
Tarcísio de Freitas em Brasília 06/12/2022 REUTERS/Adriano Machado

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Por Ricardo Brito e Rodrigo Viga Gaier

BRASÍLIA (Reuters) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi hostilizado na manhã desta quinta-feira ao defender em reunião do PL apoio à reforma tributária e ainda ouviu do ex-presidente e seu mentor político, Jair Bolsonaro, que ele não tem experiência política, disseram à Reuters fontes que participam do encontro a portas fechadas em Brasília.

Conforme relato de três fontes, Tarcísio fez um discurso em defesa da reforma que, no seu entender, não seria de governo, mas do Estado brasileiro, no encontro com dirigentes e parlamentares do PL a portas fechadas na sede do partido, em Brasília.

Contudo, o governador foi interrompido durante seu pronunciamento pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e outros parlamentares da ala bolsonarista da legenda, contrários à reforma. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, teve de intervir para garantir a fala dele.

Em outro momento, foi o próprio Bolsonaro quem constrangeu o governador paulista, segundo duas dessas fontes. Diante de Tarcísio, o ex-presidente afirmou que ele não tem experiência política e atacou o que o chamou de reforma tributária 'do PT'.

O governador de São Paulo, que lidera o Estado de maior economia do país e tem sido um dos principais defensores da reforma, deixou o encontro e se reuniu posteriormente com o secretário estadual de Fazenda, Samuel Kinoshita, para analisar a última versão da proposta, segundo uma fonte.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trabalha para garantir a votação da PEC da reforma em primeiro turno na noite desta quinta.

Uma fonte ligada a Tarcísio negou que ele tenha sido hostilizado na reunião do PL. Disse que ele conversou com a base do PL, esclareceu os pontos que defende e procurou manter o diálogo. Segundo essa fonte, há divergências e isso é normal para um assunto que é complexo e que historicamente não tem tido consenso, como é o caso da reforma tributária.

O encontro foi convocado por Valdemar para tentar fechar uma posição do PL, partido com a maior bancada da Câmara, 99 deputados, sobre a reforma tributária, entre outros assuntos.

Entretanto, segundo uma fonte, o partido não conseguiu fechar um posicionamento único do encontro e há quem vá trabalhar para adiar a votação da proposta para cobrar mais tempo para análise.

CHATEADO COM TARCÍSIO

Em um vídeo de quase 22 minutos publicado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) em sua conta no Instagram com o discurso do ex-presidente, Bolsonaro admitiu ter ficado 'chateado' com a posição do governador de São Paulo em apoio à reforma tributária.

'Ontem (quarta), sim, muita gente ficou chateada com Tarcísio, até eu, mas vamos conversar, conversei com ele', disse Bolsonaro, que é presidente de honra do PL. Nesse momento da reunião, segundo uma fonte, Tarcísio já não estava mais na sede do partido e tinha ido para uma reunião com o presidente da Câmara.

O ex-presidente sugeriu aos presentes que poderia buscar atrasar a votação para tentar incluir no corpo da proposta às mudanças propostas pelo PL, e não buscar fazê-las por meio de destaques.

Em outro momento, Bolsonaro citou uma série de políticos que venceram eleições passadas no embalo da sua força política, como os ex-ministros e agora senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Jorge Seif (PL-SC). Mencionou também o caso do ex-ministro e atual governador paulista.

'Quem era o Tarcísio? O Tarcísio não queria ser candidato', disse ele, citando que foi ele quem o convenceu.

Em sua fala, Bolsonaro também procurou atrelar a votação da reforma à outra pauta de interesse do governo Lula, o projeto que muda as regras de funcionamento do Carf para recriar o voto de qualidade a favor da Receita Federal em caso de empates nas decisões do colegiado.

Uma mudança legislativa feita na gestão passada acabou com o chamado voto de qualidade, o que indiretamente beneficiou as empresas nas disputas contra a União.

Bolsonaro, que nos últimos dias fez uma série de postagens em redes sociais contra a reforma, disse aos partidários que não se pode achar que a legenda está recuando em relação ao texto apresentado.

'Se não tivermos uma proposta que faça justiça e diminua a carga tributária, nossa tendência é votar contra', afirmou. Segundo o ex-presidente, se a proposta interessar ao Brasil, a legenda será favorável. 'Se o partido votar unido, não passa', sentenciou.

Escrito por Reuters

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