Taxas de DIs fecham em alta, mas distantes das máximas após EUA excluírem vários produtos brasileiros do tarifaço
Taxas de DIs fecham em alta, mas distantes das máximas após EUA excluírem vários produtos brasileiros do tarifaço
Reuters
30/07/2025
Atualizada em 30/07/2025
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quarta-feira em alta, mas distantes das máximas da sessão, após os Estados Unidos excluírem uma série de produtos brasileiros do tarifaço de 50%, com investidores à espera ainda da decisão sobre juros do Copom.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,22%, ante o ajuste de 14,151% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,52%, ante o ajuste de 13,457%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,64%, ante 13,611% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,76%, ante 13,734%.
As taxas futuras haviam registrado picos no início da tarde no Brasil, com investidores à espera das decisões sobre juros do Federal Reserve, às 15h, e do Banco Central do Brasil, após as 18h30. Os agentes monitoravam ainda notícias sobre o tarifaço dos EUA sobre os produtos brasileiros, cujo anúncio estava sendo esperado para sexta-feira.
Pouco depois das 15h, a Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Donald Trump, havia assinado o decreto oficializando a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
Em reação, o dólar disparou ante o real e as taxas dos DIs voltaram a ganhar força, em uma primeira reação negativa à notícia.
Mas as informações de que os EUA haviam excluído uma série de produtos brasileiros do tarifaço fez o dólar despencar ante o real logo depois, com a moeda virando para o negativo, e as taxas dos DIs de alguns vencimentos também passarem a cair.
Após atingir 13,820% (+9 pontos-base) às 15h10, logo após o anúncio sobre o decreto, a taxa do DI para janeiro de 2033 despencou para 13,720% (-1 ponto-base) às 15h44, depois que começou a ser divulgada a lista de exceções.
Entre os produtos excluídos da tarifação estão suco de laranja, aeronaves civis e peças, celulose, produtos petrolíferos, fertilizantes, produtos de energia, ferro gusa e metais preciosos.
No entanto, carne e café -- dois produtos importantes da pauta exportadora do Brasil para os EUA – ficaram fora da lista de exceções.
Até o fechamento as taxas recuperaram parte do fôlego, mas ficaram distantes dos picos do dia, com investidores à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 97% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na noite desta quarta-feira.
Na terça-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 96,22% de chances de manutenção da Selic, contra 2,85% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base.
A questão do tarifaço dos EUA sobre o Brasil acabou por ofuscar outro evento de importância no dia, a decisão do Fed sobre juros. A instituição manteve a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, mas a decisão de seus membros foi dividida (9 a 2).
Neste cenário, às 16h35 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 4 pontos-base, a 4,372%.
Reuters

