Vaticano se opõe à criminalização da homossexualidade, diz cardeal
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CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano se opõe à criminalização da homossexualidade praticada por vários países com o apoio de grupos católicos, disse o chefe do escritório de doutrina do Vaticano nesta segunda-feira.
Ao apresentar uma nota que reafirmou a oposição do Vaticano a mudanças de sexo, teoria de gênero e maternidade de substituição, o cardeal Victor Manuel Fernández chamou as leis que punem a homossexualidade de 'um grande problema' e disse: 'é claro que não somos a favor da criminalização'.
Fernández, um teólogo liberal que o papa Francisco nomeou como chefe do Dicastério para a Doutrina da Fé do Vaticano há menos de um ano, afirmou aos repórteres que era 'doloroso' ver alguns católicos apoiarem leis anti-homossexualidade.
Em fevereiro de 2023, retornando de uma viagem à África, onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são frequentemente tabu, Francisco disse que as leis que criminalizam as pessoas LGBT eram um pecado e uma injustiça, porque Deus ama e acompanha as pessoas com atração pelo mesmo sexo.
'A criminalização da homossexualidade é um problema que não pode ser ignorado', disse o papa, citando estatísticas anônimas segundo as quais 50 países criminalizam pessoas LGBT 'de uma forma ou de outra' e cerca de 10 outros têm leis que incluem a pena de morte.
Sob o comando de Francisco, a Igreja Católica tem se tornado mais acolhedora em relação às pessoas LGBT. Em dezembro, o escritório do cardeal Fernández emitiu um documento histórico que permite a bênção de casais do mesmo sexo, provocando uma reação conservadora substancial.
No entanto, a Igreja ensina oficialmente que os atos homossexuais 'são intrinsecamente desordenados'.
Respondendo a uma pergunta sobre se essa linguagem pode ser alterada, o cardeal Fernández disse: 'é verdade que é uma expressão muito forte e que precisa de muita explicação, talvez possamos encontrar uma mais clara'.
Ele afirmou que o ponto do ensinamento católico é que os atos homossexuais não podem se igualar 'à imensa beleza' das uniões heterossexuais, e a Igreja 'poderia encontrar palavras mais adequadas para expressar' isso.
(Reportagem de Alvise Armellini)
Escrito por Reuters
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