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Verificação de estoque de urânio enriquecido do Irã está 'muito atrasada', diz relatório da AIEA

Verificação de estoque de urânio enriquecido do Irã está 'muito atrasada', diz relatório da AIEA

Reuters

12/11/2025

Placeholder - loading - Logo da Agência Internacional de Energia Atômica na sede da entidade em Viena 15/09/2025 REUTERS/Lisa Leutner
Logo da Agência Internacional de Energia Atômica na sede da entidade em Viena 15/09/2025 REUTERS/Lisa Leutner

VIENA (Reuters) - O Irã ainda não permitiu que os inspetores entrassem nas instalações nucleares que Israel e os Estados Unidos bombardearam em junho, disse o órgão de vigilância atômica da ONU em um relatório confidencial nesta quarta-feira, acrescentando que a contabilidade do estoque de urânio enriquecido do Irã está 'muito atrasada'.

As próprias diretrizes da AIEA estipulam que ela deve verificar mensalmente o estoque de urânio altamente enriquecido de um país, como o material enriquecido com até 60% de pureza no Irã, um pequeno passo em relação aos cerca de 90% de enriquecimento necessário para uso em armas.

A AIEA vem pedindo ao Irã há meses que diga o que aconteceu com o estoque e permita que as inspeções sejam totalmente retomadas rapidamente. Os dois lados anunciaram um acordo no Cairo em setembro que deveria abrir caminho para a retomada total, mas o progresso tem sido limitado, e o Irã agora diz que o acordo é nulo.

'A falta de acesso da Agência a esse material nuclear no Irã por cinco meses significa que sua verificação... está muito atrasada', disse a Agência Internacional de Energia Atômica no relatório aos Estados-membros visto pela Reuters.

'É fundamental que a Agência seja capaz de verificar os estoques de material nuclear previamente declarado no Irã o mais rápido possível, a fim de dissipar suas preocupações... em relação ao possível desvio de material nuclear declarado para uso pacífico', acrescentou.

O relatório reiterou que a quantidade de urânio altamente enriquecido que o Irã produziu e acumulou é 'uma questão de grande preocupação'. A AIEA perdeu a chamada continuidade do conhecimento dos estoques de urânio enriquecido do Irã, acrescentou, o que significa que o restabelecimento de um quadro completo será longo e difícil.

Até o momento, a agência inspecionou apenas algumas das 13 instalações nucleares que 'não foram afetadas' pelos ataques e nenhuma das sete que foram.

Antes dos ataques, que destruíram completamente uma das três instalações de enriquecimento do Irã em operação na época e, pelo menos, danificaram gravemente as outras, a AIEA estimou que o Irã tinha 440,9kg de urânio enriquecido a até 60% na forma de hexafluoreto de urânio, que pode ser colocado em centrífugas para enriquecimento adicional.

Em princípio, esse material é suficiente, se enriquecido ainda mais, para 10 bombas nucleares, de acordo com um parâmetro da AIEA.

Como parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o Irã deve enviar um relatório especial e detalhado à AIEA sobre a situação das instalações bombardeadas 'sem demora', mas ainda não o fez, segundo o relatório. Somente então a AIEA poderá inspecioná-las.

(Reportagem de Francois Murphy)

Reuters

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