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VÍDEO: Laura Fygi lança 17º álbum e revela desejo de parceria futura com Gal Costa

Cantora holandesa fala à Antena 1 sobre livro autobiográfico e parcerias com o mercado musical chinês; veja VÍDEO

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“Vocês gostariam de ir para o Brasil?”, pergunta Laura Fygi à plateia em show realizado no ano de 1998, em Amsterdã. De vestido colorido, a cantora holandesa começa a dançar e cantar a música “Triste” (1967), de Tom Jobim. Ao contrário do que sugere o título da performance, ela tentava levar ao público holandês o sentimento que mais admira no povo brasileiro, o qual visitou pela última vez em 2006. “As pessoas aí são tão alegres, como se estivessem sempre em festa”, relembra em entrevista à Antena 1. “É diferente do povo holandês, que é bem mais fechado e conservador. Na verdade, acho que pareço mais com vocês”.

Veja também: Laura Fygi - Girl Talk

Conhecida por regravar em jazz canções do Great American Songbook (lista que engloba as composições mais famosas da cultura popular dos EUA no século XX), Laura já passou pelo menos três vezes pelo Brasil, entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000.

Filha de pai holandês e mãe egípcia, a cantora viveu quatro anos de sua infância no Uruguai, quando começou a ter contato com a música brasileira através do rádio. Ela já regravou célebres canções de artistas como o maestro Antônio Carlos Jobim e o músico Roberto Menescal, e fez uma parceria com o cantor Ivan Lins (“Bilhete”, de 2015).

Não à toa que, no livro autobiográfico que pretende lançar nos primeiros meses de 2021, em comemoração aos 30 anos de carreira solo, Laura pretende dedicar algumas páginas só para compartilhar um acontecimento que viveu no país, em meados de 2004.

“Ao final de um show, estava assinando meus CDs para os fãs, quando vejo um jovem olhando para mim e esperando em um canto”, revelou em videoconferência à rádio (assista no topo da página).

O jovem era o cantor brasileiro de jazz Nando Gabrielli, que havia sido introduzido à voz de Laura por Sammy Cahn, no final dos anos 90, em Nova York. Um dos compositores favoritos de Frank Sinatra e mentor de Nando à época, Sammy foi encontrado pelo músico em seu estúdio “saboreando” a versão que a cantora fez para a música “It’s Crazy” (escrita por Sammy e Artie Butler).

“Nando me contou que perguntou à Sammy de quem era a voz que ele escutava, ao que ele respondeu: ‘é de uma cantora holandesa’”, relembrou Laura.

Em uma época sem YouTube – que só seria criado em 2005 –, pelo menos quatro anos se passariam até que Nando voltasse a ouvir falar da “cantora holandesa”. Sem dinheiro para assistir ao show dela em Mistura Fina (SP), em 2004, o músico negociou com os garçons do local e ficou esperando o término do show para compartilhar a história com a artista.

“Ela adorou, disse que ele [Cahn] chegou a mandar um fax para ela na época, mas que não chegaram a se encontrar pessoalmente”, relembra Nando à Antena 1. O compositor faleceu meses depois de ter apresentado a voz de Laura ao músico brasileiro, em 1993, deixando “It’s Crazy” como seu último sucesso.

Na autobiografia da holandesa, quem vai contar essa história é o próprio Nando. “Liguei para ele e perguntei ‘Posso escrever essa história?’. E ele disse ‘Você se importaria se eu escrevesse?’. E eu falei: ‘Não mesmo! Vá em frente!’”, revelou a cantora.

‘Sou uma contadora de histórias’

A performance poliglota de Laura não para por aí. Além de inglês e português, a cantora também interpreta canções em espanhol, francês e mandarim.

Inédita para artistas holandeses, a relação da cantora com a China começou há cerca de oito anos, quando ela assinou um contrato com uma das maiores gravadoras do país para lançar um álbum de músicas originais em mandarim (“Flower”, 2014), disponível somente para o mercado local. Em 2016, ela também fechou um acordo com a Universal Music Asia e produziu o disco “Jazz Love”, que mistura faixas em língua chinesa com versões em inglês e francês – desta vez, a obra foi liberada para o mercado mundial.

O sucesso dessas duas produções foi o que levou à concepção do 17º álbum de sua carreira solo, lançado em setembro deste ano. Além de covers de músicas como “Blue Moon” (Dean Martin) e “What a Wonderful World” (Louis Armstrong), o disco “Laura Goes East” (Laura Vai Para o Oriente, 2020) inaugura um dueto com o cantor chinês Li Quan, popular principalmente na China e em Taiwan.

A faixa, intitulada “I Want Us To Be Together”, foi a mais desafiadora em mandarim já interpretada por Laura. “Geralmente eu levo cerca de duas horas para gravar uma música, mas essa me tomou um dia inteiro”, confessa a holandesa, para quem o idioma é “o mais difícil entre todos”.

“Com tanto que seja uma balada, consigo lidar com a língua, mas essa música foi uma exceção, porque é rápida e cheia de palavras diferentes”, conta.

“Laura Goes East” também contou com participação de músicos de Hong Kong, Pequim, Taiwan e Cingapura. Uma parcela significativa dos 35 países que já receberam turnês da cantora se encontram no continente asiático.

Por causa da diversidade linguística de sua discografia, a holandesa prefere não ser reduzida a uma “cantora de jazz”. A alcunha surgiu no começo dos anos 90, quando a girlgroup de pop e rock da qual ela fazia parte (“Centerfold”) teve fim e a artista começou a investir na carreira solo, estreando um álbum de jazz – gênero que, conta ela, sempre escutava em seu tempo livre fora dos ensaios da banda.

“Me vejo mais como uma contadora de histórias do que puramente uma cantora de jazz”, considera.

De todos os idiomas, ela só não cogita cantar em sua língua materna. “O holandês não é um idioma, é uma ‘doença na garganta’”, brinca. Além da falta de “leveza e melodia”, a língua, justifica, limitaria o alcance de seu trabalho à Holanda.

Netflix e Gal Costa

Para que a história da carreira da holandesa seja acessível à todos os públicos de sua discografia, a cantora tenta negociar a entrada de um documentário biográfico no catálogo da Netflix. Ainda em produção, o longa vai fazer parte da comemoração dos 30 anos de sua trajetória solo, em 2021, e promete incluir entrevistas com alguns dos artistas que já trabalharam com a cantora, como o norte-americano Michael Franks.

“Infelizmente, tem algumas pessoas que não estão mais entre nós e não poderão ser entrevistadas, como Michel Legrand”, lembrou a cantora, que gravou com o francês o dueto “Et si demain”, em 1997.

Se pudesse escolher um nome para colaborações futuras, a artista disse que, a nível internacional, incluiria o cantor Michael Bublé. Questionada sobre o interesse de colaborar com algum brasileiro, ela não titubeou em responder: Gal Costa.

“Acho que nossas vozes casariam muito bem juntas. Ela também tem aquela suavidade, um tipo bem rouco de voz”, opinou. “Seria fantástico, vamos marcar isso!”.

‘Girl Talk’

Faixa do álbum de estreia de Laura (“Bewitched”, 1992), “Girl Talk” também integra a programação da Antena 1. À rádio, a holandesa conta que escolheu regravar a música após ter escutado a versão de Julie London, cantora norte-americana de jazz (1926-2000) que figura entre as principais referências da artista.

“Quando alguém canta uma música de um certo jeito que eu gosto, ela se torna mais atraente para mim”, diz, acrescentando que todas as faixas de seu álbum de estreia fazem parte do repertório musical de sua infância.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista com Laura Fygi:

Antena 1: No dia 4 de setembro, você lançou seu 17º álbum de estúdio – “Laura Goes East”. Parabéns pelo material!

Laura Fygi: ‘Laura Goes East’, sim! Acabou de ser lançado, algumas semanas atrás. E estou muito orgulhosa disso, porque eu assinei um contrato com uma gravadora na China. Então, eu gravei [o álbum] na China e as escolhas são...Como todos os meus álbuns, músicas do ‘Great American Songbook’, canções muito conhecidas. Acho que acabou se tornando um projeto muito lindo!

Antena 1: Sim! E como foi o processo de selecionar as canções do ‘American Songbook’ que fariam parte especificamente desse álbum?

Laura Fygi: Bem, eu perguntei para a gravadora chinesa o que a população da China iria gostar e eles vieram com muitas canções – como todas essas músicas do ‘Great American Songbook’ – e eu selecionei para as canções finais aquelas que eu conheço bastante, aquelas que me tocaram, lindas baladas e tudo isso...E [o álbum] foi arranjado aqui [Holanda] com os meus músicos. Todos os arranjos musicais foram feitos aqui na Holanda. E foi todo tocado por músicos asiáticos em Shangai. Então nós tivemos caras de Hong Kong, Pequim, Taiwan, Cingapura. Todos eles foram para Shanghai e nós gravamos em um estúdio de lá.

Antena 1: Quando a sua relação com a China começa (na sua carreira)?

Laura Fygi: Deve ter sido quinze anos atrás...Eu acho que foi o último país asiático que foi adicionado à minha carreira...Porque eu tinha ido para quase todos os países asiáticos, com exceção da China. Acho que começou cerca de quinze anos atrás. E eu fui reservada por aquele que agora assinou o contrato para esse álbum (‘Laura Goes East’). Ele tem uma gravadora e queria gravar um álbum comigo. Então ele foi o mesmo cara de quinze anos atrás.

Três anos atrás eu assinei um contrato com outra gravadora chinesa e eles me pediram para gravar um álbum com músicas originais em chinês. Então, eu fiz 4 em chinês e o resto foi traduzido em inglês e francês. E toda vez que estou lá, eles me pedem para cantar lago em chinês. Nesse álbum eu também fiz um dueto chinês com Li Quan e ele é um cantor realmente famoso na China e em Taiwan. E essa música é dele e a gravadora me pediu para gravar um dueto com ele dessa mesma música.

E eu devo dizer que, até agora, a maior parte das músicas que gravei em chinês eram baladas, o que é ok. Quero dizer: chinês é uma língua muito, muito difícil. Não tem nenhuma outra língua no mundo que se compare! Não tem nada dessa língua que eu entenda, eu não falo chinês. Então, tem que ser dito para mim ‘palavra por palavra’. Com tanto que seja uma balada, eu consigo lidar com isso, com exceção dessa música, que é tão rápida , com tantas palavras...Geralmente eu levo cerca de duas horas para gravar uma música, mas essa me tomou um dia inteiro!

Antena 1: Meu Deus! Isso é justo o suficiente...Afinal, chinês!

Laura Fygi: Foi muito difícil, devo admitir...Mas Li Quan me ajudou com a pronúncia e tudo..Ele foi realmente adorável. Finalmente foi bom. Quero dizer, eu queria que fosse bom, com uma boa pronúncia. Então finalmente ele disse ‘é isso!’. Aí eu disse ‘ok, obrigada!’.

Antena 1: Seus fãs sabem e você já disse que adora cantar músicas clássicas e bonitas, e isso inclui música brasileira, certo? Você já gravou versões de músicas do Tom Jobim, por exemplo. Estou curiosa para saber de onde veio a influência da música brasileira na sua vida?

Laura Fygi: Quando eu era criança, vivi no Uruguai. Então, [havia] a influência, claro, da música espanhola, mas também no rádio você também podia ouvir todas as músicas brasileiras. Na verdade, eu fui criada com isso. Esse é o porquê delas já estarem ‘no meu corpo’, sabe? Elas já estavam lá. E uma vez eu estava gravando e pensei ‘eu preciso gravar as canções que lembram os dias da minha infância’. Então essa é a razão, eu as conhecia. E elas são muito lindas, muito, muito lindas. Na verdade, eu conheci Ivan Lins [cantor, pianista e compositor brasileiro] e ele estava na Holanda gravando um álbum e eu fiz um dueto em português para o álbum dele. Bilhete?

Antena 1: Bilhete. Isso!

Laura Fygi: Sim! Eu adoro a sensação dessa música! Mesmo nesse álbum [Laura Goes East], tem algumas músicas que têm esse clima de bossa, de ‘bossa nova’. Eu amo isso! Realmente me deixa tão feliz esse tipo de música!

Antena 1: Tem alguma coisa sobre o Brasil que você gostem além da música (claro!)?

Laura Fygi: Tudo tem a ver com música. Eu acho que as pessoas são tão vivas, felizes e ani...Não sei, é como se eles tivessem sempre tendo uma festa! Eu não sei porquê! Eles aproveitam a vida...E é diferente do povo holandês, que é bem conservador, enquanto brasileiros são extrovertidos. Na verdade, mais parecidos comigo!

Antena 1: Laura, falando sobre a sua carreira...Antes de você começar sua carreira sala, você fazia parte da girl group Centerfold, que era mais pop-rock, certo? Então, quando o grupo acabou e você começou sua carreira solo, você decidiu seguir um caminho diferente do pop-rock, certo? Era seu desejo trabalhar com jazz desde o início?

Laura Fygi: Era como as músicas em espanhol e as brasileiras com as quais eu cresci. Então com todos os crooners, músicas francesas, a música que meus pais amavam. Então eu cresci com isso desde que era pequena. Então, enquanto eu fazia parte do Centerfold, nós estávamos fazendo uma turnê na Suíça e, depois do show, nós voltamos para o hotel e havia um trio de jazz tocando e eu perguntei ‘posso cantar uma música?’, e nosso empresário estava com a gente. E depois de eu terminar de cantar a música, ele disse ‘eu não sabia que você gostava desse tipo de música!, quando for o tempo certo, deveríamos fazer algo quanto a isso’.

Então, quando o Centerfold acabou, eu liguei para ele e disse ‘eu acho que essa é a hora certa, deveríamos fazer algo agora!’. Ele meio que me descobriu cantando esse tipo de música, o que eu sempre fazia. No meu tempo livre, eu sempre ia para bares de jazz, clubes de jazz e escutava esse tipo de música!

Antena 1: E agora você está preparando uma grande celebração para os 30 anos de sua carreira solo, que serão completos no ano que vem. E eu escutei que você está escrevendo um livro e produzindo um documentário, certo?

Laura Fygi: Sim, tem muitos planos...Acho que também tem a ver com esses tempos de coronavírus...Eu não estou mais me apresentando no momento, então você tem que pensar no futuro, o que nós estaremos fazendo no futuro? Então, eu pensei ‘quer saber? Ano que vem é o meu 30º aniversário [de carreira solo], eu poderia escrever um livro!’. Mas não só um livro para ler – claro que há histórias nele –, mas será um ‘livro de mesa de café’, então será grande, com muitas fotos, mesmo fotos do Brasil!

Antena 1: Legal! Amei!

Laura Fygi: E muitas fotos para as pessoas olharem, boas histórias, anedotas. Também há outras pessoas que escreveram no livro...Então estou bastante animada com o livro, porque eu acho que vai ser bem interessante! E o livro começa antes do meu nascimento, a história começa quando os meus pais se conhecem.

Antena 1: Isso é tão legal! Então será bem pessoal, né?

Laura Fygi: É bem pessoal, quase como uma biografia, sabe? Mas não só sobre os meus 30 anos de trabalho [solo], mas também sobre o que fiz antes. Isso claramente inclui o girl group...Eu também costumava ser uma dançarina. Na verdade, eu também fiz danças brasileiras!

Antena 1: Sério?

Laura Fygi: Isso vai estar no livro! Eu acho que tem muitas histórias que as pessoas não sabem sobre mim. Então, é legal, é novo!

Antena 1: Você começou a escrever durante a quarentena?

Laura Fygi: Sim! Na verdade, eu não sabia que iria escrever, então pedi para alguns escritores começarem, então eu contei para eles as histórias, eles gravaram, e me enviaram o texto. E eu pensei ‘estou sentindo falta de emoção, rio, muitas coisas, eu, minhas palavras’. [Pensei]: ‘sabe de uma coisa? Vou tentar fazer sozinha! Por que não?’. E é legal! Algumas pessoas leram e disseram ‘isso é realmente legal!’. Então eu disse ‘ok, sou uma escritora agora!’.

Essas são minhas histórias, minhas aventuras, coisas que eu vivi, o que é, na verdade, fácil de escrever. E eu queria escrever do jeito que eu contaria para uma pessoa, sabe? Então, sentenças curtas, não tão difícil. Eu não uso palavras difíceis, então por que faria isso no livro? Eu estou contando isso! Eu amei! Eu escrevo quando todo mundo já está na cama, e a casa está quieta. Então algo me vem à cabeça e eu ‘isso!’, e então tenho que escrever rapidamente!

Tem uma história que aconteceu no Brasil.

Antena 1: Legal!

Laura Fygi: Depois do show, eu estava assinando meus CDS para as pessoas, certo? E então havia esse jovem esperando em um canto, olhando para mim e esperando...Era um homem brasileiro! Depois ele veio atrás de mim e disse ‘Oi, eu sou Nando Gabrielli’. Eu disse ‘Ok’. Ele falou ‘Eu tenho uma história para você’. Isso foi depois da gravação do meu segundo álbum. Ele falou: ‘Eu vivi em Nova York por um tempo e Sammy Cahn era meu tutor, então eu morava bem perto dele. E um dia eu fui no escritório dele e eles estava escutando uma música de uma cantora, ouvindo intensamente...E quando a música acabou, eu perguntei a ele ‘Sammy, quem é essa?’. Ele disse: ‘Essa foi a última música que eu escrevi com Artie Butler e quem é essa? É uma cantora holandesa’. Então ele estava ouvindo uma gravação de uma de suas canções, ele enviou para mim, certo?

Então foi uma história tão maravilhosa de saber! Eu não sei, realmente me tocou bastante. E eu ainda tenho contato com Nando Gabrielli. E eu perguntei para ele ‘Posso escrever essa história?’. E ele disse ‘Você se importaria se eu escrevesse?’. E eu falei: ‘Não mesmo! Vá em frente!’. Então, ele escreveu essa história. Eu escrevi a introdução, claro, contando como conheci Nando e tudo mais, e então ele escreve a história. E se tornou uma história muito, muito legal!

Antena 1: E quanto ao documentário?

Laura Fygi: Sim, nós já começamos a gravar o documentário. Nós vamos, claro, filmar pessoas com as quais eu estive trabalhando. Infelizmente, tem algumas pessoas que não estão mais entre nós, como Michel Legrand. Infelizmente não posso mais falar com eles, mas vão ter muitas histórias, muitas viagens também, porque nós precisamos falar com algumas pessoas que estão trabalhando comigo...E agora nós estamos negociando com a Netflix para tentar colocar o documentário na plataforma deles. O documentário vai ser mais sobre a minha carreira. Será, claro, um documentário internacional, então seria legal se a Netflix colocasse no canal dela!

Antena 1: E você também está planejando fazer uma turnê internacional no ano que vem, certo?

Laura Fygi: Nós teremos que ver como as coisas vão estar até lá, porque, na verdade, eu ia fazer uma turnê na China esse ano, mas, claro, foi tudo cancelado. Então teremos que ver ano o que estará acontecendo no ano que vem, se teatros estarão abertos novamente. Não estou acostumada a me apresentar se só pudermos ter 100 pessoas na plateia. Teremos que ver o que estará acontecendo.

Antena 1: Tem alguma chance do Brasil fazer parte dessa turnê?

Laura Fygi: Eu adoraria, é claro! Esse lançamento [Laura Goes East] está disponível no Brasil e no mundo inteiro. Então, eu adoraria voltar ao Brasil. Faz tanto tempo desde que eu estive aí! Infelizmente, perdemos um pouco do contato com promotores, mas vamos ver o que está acontecendo, e também essa crise é ruim para as finanças de muitos países, então teremos que ver como isso funcionará novamente.

Antena 1: Sim, com certeza! E falando sobre Brasil...Tem uma música sua, do seu álbum solo de estreia, cujo nome é ‘Girl Talk’. Essa música é especialmente amada pelos ouvintes da Antena 1...Você poderia compartilhar conosco por que decidiu incluí-la no seu álbum de estreia?

Laura Fygi: Eu acho que todas as músicas do meu álbum de estreia eram músicas que eu conhecia, canções que eu amava e escutei com meus pais. Eram todas músicas que eu já tinha escutado antes na minha infância, na minha adolescência. Não é incomum que eu tenha escolhido [Girl Talk]. E eu sou uma grande fã de Julie London, e eu escutei ela cantando essa música – na verdade, foi o marido dela que escreveu, Bobby Troup. Essa provavelmente foi a razão. Quando alguém canta uma música de um certo jeito que eu gosto, então a música se torna mais atraente para mim. Então, por causa de Julie London!

Antena 1: Ao longo desses anos você fez algumas ótimas colaborações com artistas como Michel Legrand, Michael Franks, Clark Terry. Tem alguns artistas com os quais você adoraria colaborar nos próximos anos?

Laura Fygi: Meu desejo era Al Jarreau, mas ele está morto também. Acho que um dueto com Michael Bublé seria bem legal!

Antena 1: Sim! Tem algum artista brasileiro com quem você gostaria de colaborar ou ter tido a chance de colaborar?

Laura Fygi: Acho que um dueto com Gal Costa seria bem legal! Acho que nossas vozes casariam muito bem juntas. Ela também tem aquela suavidade, um tipo bem rouco de voz. Estamos nas ‘mesmas chaves’ também. Seria fantástico [um dueto] com Gal Costa. Ótimo! Vamos marcar isso!

Antena 1: Laura, uma vez você disse em uma conversa que você se considera uma música contadora de histórias…

Laura Fygi: Sim, porque quando lancei meu primeiro álbum, que é bem jazz, a partir daquele momento me tornei uma ‘cantora de jazz’. Eu não me vejo puramente como uma cantora de jazz, porque eu também canto em francês, música brasileira, faço tão diferentes...um álbum em espanhol! E para mim elas são todas histórias, então me vejo mais como uma contadora de histórias do que puramente uma cantora de jazz.

Antena 1: Sim! E posso te perguntar qual histórias, nesses 30 anos de carreira solo, você sente mais orgulho de ter compartilhado com o mundo?

Laura Fygi: Acho que todos os álbuns que eu fiz foram um grande desafio e um desejo para mim. Mas acho que trabalhar com Michel Legrand foi excepcional!

Antena 1: Sério? Por quê?

Laura Fygi: Uma grande memória...Ele foi um grande compositor, com músicas muito conhecidas, que eu conhecia todas, porque minha mãe era louca pelas canções dele! Então, ter a oportunidade de conhecê-lo, trabalhar com ele..Ele orquestrou todo o álbum, nós fizemos um dueto juntos, ele escreveu uma canção especialmente para mim sobre a minha filha, então acho que aquilo foi muito, muito memorável!

Antena 1: Muito obrigada, Laura, por tomar este tempo para conversar com a gente!

Laura Fygi: Muito obrigada! Obrigada! Eu espero que essa crise acaba o mais rápido possível, e eu realmente desejo poder estar de volta no Brasil bem cedo e ver meus fãs, e todo mundo...Eu realmente sinto falta disso, eu sinto.

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