Anonymous x Rússia: o que hackers podem fazer contra uma potência nuclear

“Esta é uma mensagem para Vladimir Putin, do Anonymous.”

Narração:

Após a invasão na Ucrânia, o coletivo de hackers Anonymous declarou Guerra cibernética à Rússia. O Anonymous afirma ter invadido um banco de dados do Ministério da Defesa russo, e também o instituto de energia nuclear.

Qual o papel do Anonymous neste conflito?

O grupo de hackers poderia até mesmo hackear o sistema de armas nucleares?

APRESENTAÇÃO JANINA SEMENOVA – DW Shift

O Anonymous é um coletivo de hackers, organizado de forma informal e descentralizada. Por isso, muitas vezes é impossível confirmar a autenticidade suas ações com absoluta certeza. Mas, desde que a guerra começou na Ucrânia, os hackers ligados ao Anonymous têm reivindicado vários ciberataques. Afirmam ter hackeado TVs estatais russas para mostrar imagens da guerra, e publicado documentos de um banco de dados do Ministério da Defesa russo.

Outro hacker ligado ao Anonymous afirma que houve ataques a sites do governo russo, agências de notícias e bancos.

Mais de 1500 sites foram derrubados em 72 horas. Segundo o Anonymous, um instituto rsso de energia nuclear também foi invadido e foram furtados mais de 40.000 documentos.

ENTREVISTA JAMIE COLLIER- Especialista em Cibersegurança

“O Anonymous tem um histórico de conduzir operações com motivação ideológica e mito ligadas a assuntos atuais. Observamos que têm se dirigido a veículo da música russos. Vimos também alguns relatos sobre estações de TV, redes ferroviárias etc. Mas temos que ser muito cuidadosos nesse momento, porque temos visto um grande número dessas reinvindicações o que pode tornar muito difícil verificá-las, o que aumenta as chances de circular desinformação.”

APRESENTAÇÃO JANINA SEMENOVA – DW Shift

O Anonymous atacou oponentes de peso no passado: a CIA, o Estado Islâmico e a seita religiosa Cientologia.

Devido à sua estrutura informal, é difícil identificar claramente a estratégia do Anonymous e os valores que defende.

Em tese, qualquer pessoa pode operar em nome do grupo. Em um blo, o ramo alemão do Anonymous explica a motivação do grupo por trás do ataque à Rússia. Eles escreveram:

“Esta não é uma operação contra o povo da Rússia. Nem contra soldados russos. Esta operação é contra Putin, e o aparelho estatal controlado por Putin [...]”

Eles asseguram que seu objetivo principal é proteger a Ucrânia e suas infraestruturas contra ataques cibernéticos russos. E sobrecarregar o sistema informático russo para que “ [...] eles não possam cometer dano algum à Ucrânia ou ao Ocidente”

ENTREVISTA JAMIE COLLIER- Especialista em Cibersegurança

“Quando levamos em cona algo como um ataque de negação de serviço, nos quais as redes ficam sobrecarregadas pelo telégrafo, o ataque em si é relativamente simples de ser feito. Não é particularmente sofisticado. Mas acho que a ideia destas operações não é a sofisticação técnica. Nem mesmo é necessário provocar danos técnicos. Na verdade, muitas vezes os impactos são mais psicológicos e simbólicos. E acho que agora, mais do que nunca, há tentativas de esculpir as narrativas da mídia. O que vemos o Anonymous fazer é realmente tentar interferir nessas tentativas essas de fazer isso nesse momento.”

APRESENTAÇÃO JANINA SEMENOVA – DW Shift

Na mídia social, as ações dos hackers contra a Rússia são celebridades. Alguns usuários pedem até que o coletivo invada, o programa de armas nucleares da Rússia para evitar uma guerra nuclear.

ENTREVISTA JAMIE COLLIER- Especialista em Cibersegurança

“Acho que é extremamente improvável que isso se transforme em algo com um impacto físico maior. Se levarmos em conta os sistemas nucleares, por exemplo, há uma quantidade de salvaguardas em termos de controle do processo físico e da operação de qualquer coisa relacionada à tecnologia nuclear.”

APRESENTAÇÃO JANINA SEMENOVA – DW Shift

Segundo o ramo alemão do grupo Anonymous, atacar a infraestrutura não parece ser uma opção:

“Os Anonymous podem usar palavras fortes, mas estão sempre cientes de que esta é uma situação perigosa. Os ativistas saem que atacar uma infraestrutura realmente crítica, como usinas nucleares ou sistemas de controle de tráfego é um caminho sem volta para nós”.

Assim, os hackers anônimos não se vêem fazendo parte de uma guerra digital com ataques físicos. Parece que preferem ser visto como ativistas para provocar a Rússia usando meios digitais.

O que você acha disso?

É uma boa iniciativa para uma boa causa?

Ou uma provocação perigosa contra uma potência nuclear?

Um abraço, e até logo!