Arrecadação federal soma R$226,8 bi em novembro, interrompe desaceleração e bate recorde no mês
Arrecadação federal soma R$226,8 bi em novembro, interrompe desaceleração e bate recorde no mês
Reuters
22/12/2025
Atualizada em 22/12/2025
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA, 22 Dez (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve alta real de 3,75% em novembro sobre o mesmo período do ano anterior, somando R$226,753 bilhões, e atingiu o maior patamar para o mês da série iniciada em 1995, interrompendo uma trajetória de desaceleração, informou a Receita Federal nesta segunda-feira.
Após atingir um pico de crescimento real acumulado no ano de 4,41% em julho, o dado passou a cair, em movimento atribuído aos juros restritivos que arrefecem a atividade e impactam a coleta de tributos, indo a 3,73% em agosto, 3,49% em setembro e 3,20% em outubro.
No entanto, no período acumulado de janeiro a novembro, a arrecadação ganhou fôlego e foi a R$2,594 trilhões, ficando 3,25% acima do registrado nos primeiros onze meses de 2024. O valor é recorde para o período.
Em novembro, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, cresceram 1,06% em termos reais frente a um ano antes, a R$214,398 bilhões.
A Receita destacou que esse percentual não foi mais alto porque ganhos atípicos observados em novembro do ano passado, relacionados à tributação de fundos exclusivos, distorceram a base de comparação.
Em relação à receita administrada por outros órgãos, que tem peso de royalties de petróleo, o dado cresceu 93,10% no mês passado, a R$12,355 bilhões.
De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o salto do ganho nessa linha foi causado por um depósito judicial feito por empresa do setor de petróleo. Ele não deu mais detalhes sobre a operação.
No recorte por tributos, os dados da Receita mostram que o maior avanço do mês passado foi registrado na arrecadação de IOF, com uma alta real de 39,95% para R$8,614 bilhões.
Também foram registrados ganhos em receitas previdenciárias, com alta de 2,77%; Pis/Cofins, com elevação de 3,15%; e Imposto de Renda incidente sobre rendimentos de capital, alta de 6,76%.
O fisco apontou ainda uma contribuição da tributação sobre jogos de azar e apostas, com uma arrecadação que saltou de R$13 milhões em novembro de 2024 para R$852 milhões em novembro deste ano.
(Por Bernardo Caram)
Reuters

