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BBC admite erro em edição de discurso de Trump, que ameaça processar emissora

BBC admite erro em edição de discurso de Trump, que ameaça processar emissora

Reuters

10/11/2025

Placeholder - loading - Executivo da BBC chega ao Parlamento em Londres 13 de dezembro de 2023 REUTERS/Toby Melville
Executivo da BBC chega ao Parlamento em Londres 13 de dezembro de 2023 REUTERS/Toby Melville

Por Paul Sandle e Sam Tabahriti e Jack Queen

LONDRES/NOVA YORK (Reuters) -O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou entrar com uma ação judicial contra a emissora britânica BBC, que admitiu nesta segunda-feira ter cometido um 'erro de julgamento' na edição de um discurso feito por ele em 2021 no dia em que seus partidários invadiram o Capitólio.

Os advogados do presidente disseram que a BBC deve retirar seu documentário até 14 de novembro ou enfrentará um processo de 'nada menos' que US$1 bilhão, de acordo com uma carta enviada no domingo.

O documentário do programa Panorama, carro-chefe da BBC, juntou dois trechos separados de um dos discursos de Trump, criando a impressão de que ele estava incitando o motim de 6 de janeiro de 2021, o que os advogados disseram ser 'falso e difamatório'.

A revelação sobre o discurso e as críticas mais amplas à BBC mergulharam a emissora em uma crise, resultando na renúncia de seus dois principais chefes, o diretor-geral Tim Davie e a diretora-executiva de Notícias, Deborah Turness, no domingo.

O presidente da BBC, Samir Shah, pediu desculpas nesta segunda-feira pela edição do discurso, mas rejeitou as alegações de parcialidade sistêmica nas reportagens da emissora. Ele disse que a BBC estava considerando como responder à ameaça legal.

A crise foi desencadeada pelo vazamento de um relatório interno que levantou preocupações sobre a cobertura da BBC, incluindo a edição do discurso de Trump em um programa transmitido pouco antes da eleição presidencial dos EUA em novembro de 2024.

Os partidários de Trump invadiram o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando o Congresso deveria certificar a vitória do democrata Joe Biden sobre Trump na eleição de novembro de 2020.

A edição foi incluída em um dossiê que vazou para o jornal Daily Telegraph, que também incluía críticas à cobertura da BBC sobre a guerra entre Israel e Gaza e sobre questões de transgêneros.

Shah disse que a BBC aceitou que a forma como o discurso foi editado deu a impressão de um apelo direto à violência.

'A BBC gostaria de se desculpar por esse erro de julgamento', disse ele em uma carta aos parlamentares britânicos.

A carta dos advogados de Trump afirma que a BBC violou a lei de difamação da Flórida ao omitir deliberadamente fatos e justapô-los de forma enganosa para criar uma falsa impressão do que Trump disse.

Normalmente, é difícil para figuras públicas como Trump vencerem processos por difamação de acordo com a legislação dos EUA, pois precisam provar que os réus sabiam ou deveriam saber que as informações eram falsas, mas as publicaram mesmo assim.

Várias empresas de mídia dos EUA, incluindo a CBS e a ABC News, recentemente resolveram ações judiciais movidas pelo presidente dos EUA.

IMPARCIALIDADE

Embora Shah tenha aceitado as críticas sobre a edição da fala de Trump, ele rebateu as sugestões de que a BBC havia tentado enterrar alegações sobre parcialidade ou deixado de resolver qualquer problema. Perguntado se as acusações de parcialidade sistêmica estavam erradas, ele disse que 'sim'.

Ele disse que havia casos de erros individuais e que havia questões que apontavam para problemas subjacentes, mas que a noção de parcialidade sistêmica ou institucional não era verdadeira.

'Sei que o DNA e a cultura da BBC News é ser imparcial. É fornecer as melhores notícias que pudermos e as notícias mais confiáveis', disse ele à BBC.

Ele acrescentou aos parlamentares que a BBC estava empenhada em restaurar a confiança do público e garantir que seu jornalismo atendesse aos mais altos padrões de imparcialidade.

(Reportagem adicional de Andrew MacAskill e Elizabeth Piper, em Londres, e Jack Queen, em Nova York)

(((Tradução Redação Rio de Janeiro))REUTERS PF)

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