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BC corta Selic à nova mínima de 2% e sugere com cautela possibilidade de mais ajustes

Placeholder - loading - Sede do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central cortou nesta quarta-feira a Selic em 0,25 ponto, em linha com expectativa majoritária do mercado, à nova mínima histórica de 2% ao ano, e manteve a porta aberta para novos ajustes na taxa de juros à frente, embora tenha pontuado que, se vierem, eles serão ainda mais graduais e dependerão da situação das contas públicas.

'O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno', disse o BC.

'Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva', acrescentou.

Em pesquisa Reuters, 35 dos 41 analistas consultados haviam estimado uma redução desta magnitude, enquanto seis previram manutenção dos juros básicos em 2,25%.

Esta foi a nona redução consecutiva da Selic, dentro de ciclo de afrouxamento iniciado em agosto do ano passado, e veio após a autoridade monetária destacar em junho que um novo corte seria residual.

A mensagem foi renovada nesta quarta-feira, com o Copom frisando que, para seus próximos encontros, irá avaliar os impactos do surto de Covid-19 na economia e as medidas já adotadas pelo governo para enfrentá-los, antevendo que 'um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual'.

A próxima reunião do Copom acontece em 15 e 16 de setembro e, depois disso, o colegiado se reúne outras duas vezes neste ano, em outubro e em dezembro.

O mercado aguardava em peso o comunicado do BC em busca de pistas mais concretas sobre o fim expresso do ciclo de distensão dos juros ou uma parada com chance de retomada nos cortes adiante.

Após o BC ter destacado, em suas comunicações públicas, que o ritmo de evolução da economia --e seu consequente impacto na inflação-- seria seu principal fator de análise para a tomada de decisão sobre os juros, o comunicado desta quarta-feira jogou mais luz sobre a visão da autoridade monetária a respeito de uma recuperação parcial.

Segundo o BC, os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas do governo, numa provável referência ao desempenho dos serviços.

'Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais', disse.

SEM ALTA DE JUROS À VISTA

O BC também reiterou que os diversos programas de estímulo ao crédito e de auxílio direto que foram implementados no combate à pandemia de coronavírus podem ajudar a economia, consolidando assimetria altista ao balanço de riscos para a inflação.

Apesar de enxergar uma chance maior de a inflação ficar acima do que abaixo do calculado em seu cenário básico, o colegiado disse não antever altas na Selic a menos que as expectativas e projeções para a inflação fiquem suficientemente próximas das metas no seu horizonte relevante para a política monetária, que inclui 2021 e, em menor grau, o ano de 2022.

Sobre o avanço de preços na economia, a visão é que diversas medidas de inflação subjacente (núcleos de inflação) permanecem abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante.

O BC atualizou seus cálculos para o IPCA no cenário híbrido --que considera a Selic extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a 5,20 reais--, a 1,9% neste ano e 3,0% em 2021, abaixo dos níveis vistos em junho em 2% e 3,2% respectivamente. Para 2022, a expectativa é de um IPCA de 3,4%.

A meta de inflação deste ano é de 4,0%. Para 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,5%, nos três casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Escrito por Reuters

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