BC do Japão vê argumentos crescentes para alta de juros no curto prazo, mostra documento

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - Os membros do Banco do Japão (BOJ) consideraram haver cada vez mais motivos para aumentar as taxas de juros no curto prazo, com alguns defendendo a necessidade de garantir a sustentabilidade do ritmo de aumento dos salários nas empresas, segundo um resumo das opiniões apresentadas na reunião de outubro do banco central japonês, divulgado na segunda-feira.

Das 13 opiniões sobre política monetária emitidas pelo conselho de nove membros, oito defenderam a necessidade de aumentar as taxas de juros em breve ou estabeleceram condições específicas para elevar os custos de empréstimo no curto prazo, conforme mostrou o resumo.

As discussões aumentam a probabilidade de o BOJ elevar as taxas de juros no próximo mês ou em janeiro, se os resultados financeiros e os comentários dos executivos derem aos formuladores de políticas convicção suficiente de que as empresas continuarão aumentando os salários no próximo ano.

'Embora a situação atual possa não exigir ação imediata, o Banco não deve perder a oportunidade de aumentar a taxa básica de juros', disse um membro, segundo o resumo.

O Banco do Japão provavelmente aumentará as taxas de juros se não houver 'notícias negativas' sobre a economia global ou os mercados, e se puder confirmar que o comportamento ativo das empresas na definição de salários será mantido, segundo outra opinião.

'É provável que as condições para dar um passo adiante rumo à normalização da taxa básica de juros estejam praticamente atendidas. Mas o Banco precisa examinar até que ponto a taxa de inflação subjacente se consolidou', concluiu um terceiro parecer.

Na reunião de dois dias que se estendeu até 30 de outubro, o BOJ manteve as taxas de juros estáveis em 0,5%. Dois membros do conselho, Naoki Tamura e Hajime Takata, discordaram da decisão e propuseram, em vez disso, um aumento das taxas para 0,75%.

Em uma coletiva de imprensa após a reunião, o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que queria aguardar 'um pouco mais de dados' para confirmar se as empresas continuarão aumentando os salários, apesar da pressão das tarifas mais altas dos EUA.

(Reportagem de Leika Kihara)