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BC lança cédula de R$200 e diz que, sem ela, Brasil poderia ter falta de dinheiro

Placeholder - loading - A nova cédula do Banco Central, de 200 reais, é apresentada oficialmente nesta quarta-feira. 02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado.
A nova cédula do Banco Central, de 200 reais, é apresentada oficialmente nesta quarta-feira. 02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado.

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - Sem a criação da polêmica cédula de 200 reais, lançada oficialmente nesta quarta-feira, o país poderia viver problema de falta de dinheiro em espécie em meio ao aumento da demanda gerado pela pandemia da Covid-19, afirmou a diretora de Administração do Banco Central, Carolina Barros.

'Diversos cenários de estresse foram modelados pela equipe econômica do BC e ficou claro que, se nenhuma medida incisiva fosse tomada, poderíamos sim ter falta de numerário', disse ela, acrescentando que o problema poderia gerar dificuldade de acesso de grande parte da população a itens de consumo básico.

Projeções do BC indicavam a necessidade de um adicional de 105,9 bilhões de reais, em valor financeiro, que precisaria ser gerado em um espaço de cinco meses para fazer frente à demanda. O número veio como um adicional à encomenda de novas cédulas e moedas já previstas para o ano, da ordem de 64 bilhões de reais.

Barros justificou que a impressão de notas de 100 reais não seria uma alternativa factível, considerando a necessidade de gerar maior volume financeiro em menor espaço de tempo.

Também presente no evento, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, frisou que o lançamento da nova cédula é resposta a mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19, já que houve aumento expressivo da demanda da sociedade por dinheiro em espécie.

'Outras nações viveram fenômeno semelhante. Em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem a garantia de uma reserva em dinheiro. Os programas de transferência de renda implementados para enfrentar os efeitos negativos da crise e a extensão do programa de auxílio emergencial também contribuem para essa maior demanda por dinheiro em espécie em nosso país', disse Campos Neto.

'Além disso, com a crise, o ritmo de retorno das cédulas à rede bancária é menor, já que diminuiu a quantidade de transações presenciais no comércio', completou ele.

Segundo Campos Neto, uma cédula de maior valor já estava em pré-projeto desde o lançamento da segunda família de cédulas do real, em 2010.

Mas o efetivo anúncio da medida neste ano, na esteira da crise, gerou as mais variadas manifestações contrárias, ligadas à preocupação com temas como segurança e inflação.

Em ação movida junto ao Supremo Tribunal Federal, inclusive, os partidos políticos PSB, Podemos e Rede Sustentabilidade tentaram barrar o lançamento e a circulação da nova nota.

Em manifestação ao STF na semana passada, Campos Neto defendeu a legalidade da investida à ministra Cármen Lúcia, relatora do processo. A área jurídica do BC, por sua vez, apontou que 20 milhões de cédulas já haviam sido encomendadas num primeiro lote, ao custo de 6,5 milhões de reais.

Para 2020, o BC tem contrato assinado com a Casa da Moeda no valor de cerca de 146 milhões de reais para aquisição de 450 milhões de cédulas de 200 reais, e a estatal responsável pela produção de numerário já adquiriu parcela significativa dos insumos.

Sobre o tema, a diretora Carolina Barros afirmou que o BC prestou todas as informações solicitadas ao STF e que agora aguarda a decisão da corte.

'O BC respeita decisões judiciais', disse.

Questionada sobre eventual ligação entre a nova cédula e a perda de valor do real, ela também afastou qualquer conexão nesse sentido.

'Criação da cédula de 200 reais não tem a ver com a perda de poder de compra da nossa moeda nem mesmo com inflação. Aqui o Banco Central verificou uma demanda excepcional por papel-moeda e é papel do Banco Central, portanto, atender essa demanda. Nós estamos num país com inflação baixa e estável', disse.

No fim de agosto, o próprio Campos Neto reconheceu que o lançamento da nota de 200 reais 'de fato vai contra algumas coisas que o Banco Central está pregando', em referência à preconização de um sistema financeiro cada vez mais moderno e digital.

Mas ele pontuou que a medida foi necessária num momento em que o governo precisou emitir mais dinheiro e de forma mais rápida.

No mundo, diversos países caminham na direção contrária da escolhida pelo Brasil, tirando de circulação cédulas de maior valor para, com isso, coibir a lavagem de dinheiro e a realização de outras atividades ilegais usualmente feitas com dinheiro em espécie.

Na coletiva, Barros negou tratar-se de uma solução permanente para um problema temporário.

'Cédula de 200 reais veio para ficar', disse. 'Quando essa demanda não mais se fizer presente, o Banco Central gradativamente vai ajustando', disse.

A nova cédula, que começa a circular já nesta quarta-feira em algumas capitais do país, tem como personagem o lobo-guará. O animal foi o terceiro mais citado em pesquisa promovida pelo BC em 2001 para identificar quais espécimes da fauna a população gostaria de ver representadas nas notas do país. Os dois mais votados, tartaruga marinha e mico-leão-dourado, foram usados nas notas de 2 reais e 20 reais, respectivamente.

Escrito por Reuters

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