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Pandemia pode frear retomada e inflação em dezembro será elevada, reconhece BC

Placeholder - loading - Sede do Banco Central em Brasília. REUTERS/Ueslei Marcelino
Sede do Banco Central em Brasília. REUTERS/Ueslei Marcelino

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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central reconheceu nesta terça-feira que a inflação em dezembro deverá ser alta apesar da trégua dada pelo preço dos alimentos, e ponderou que a recuperação da economia no Brasil poderá ser mais gradual em função dos desdobramentos da pandemia de Covid-19.

Em sua ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), contudo, o BC manteve a avaliação de que o movimento ligado à inflação deverá ser passageiro.

'As últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços de alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada, com coleta extraordinária de preços de mensalidades escolares e transição para o mais elevado patamar de bandeira tarifária de energia elétrica', apontou a ata.

'Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente', completou.

Na semana passada, o BC manteve a Selic em 2% pela terceira vez consecutiva e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não subir os juros básicos --através do chamado forward guidance-- podem em breve não estar mais satisfeitas, ainda que isso não signifique que a taxa básica será mecanicamente elevada.

Isso porque a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade, disse o BC.

Na ata, o BC reiterou a mensagem e ponderou, quanto ao quadro econômico no país, que os riscos associados à evolução da pandemia 'podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual'.

Na visão do BC, os programas do governo de recomposição de renda --referência à concessão do auxílio emergencial-- 'têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento'.

Mas os membros do Copom ressaltaram que os dados recentes seguem mostrando uma recuperação desigual da atividade.

'Prospectivamente, a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021 aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica', frisou.

A mensagem vem em meio à indefinição quanto ao formato do Orçamento de 2021, ainda não votado pelo Congresso, incertezas relacionadas ao plano de vacinação para o coronavírus e pressões parlamentares que persistem na direção de uma extensão do auxílio emergencial no ano que vem.

POLÍTICA MONETÁRIA

Já na última quarta-feira, o BC havia apontado que desde a adoção do forward guidance (orientação futura), em setembro, houve uma reversão da queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante, que hoje inclui os anos de 2021 e 2022.

Por meio do forward guidance, o BC havia se comprometido a não elevar a Selic desde que algumas premissas fossem mantidas: expectativas de inflação e projeções de inflação de seu cenário básico abaixo da meta para o horizonte relevante de política monetária, não alteração do regime fiscal e ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo.

Na ata, o BC repetiu que hoje o forward guidance está de pé, mas pode cair 'em breve'.

Para a autoridade monetária, a convergência das expectativas e projeções de inflação para a meta pode acontecer pela elevação das estimativas para o próximo ano e pela mudança no horizonte, com aumento do peso relativo de 2022, para o qual as projeções já estão suficientemente próximas da meta.

Quanto à condição de manutenção do regime fiscal para prosseguimento do forward guidance, o BC voltou a dizer que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação, mesmo que o teto dos gastos seja nominalmente mantido.

Na mais recente pesquisa Focus, economistas ouvidos pelo BC elevaram suas previsões para o IPCA em 2020 --ano que já não integra o horizonte do BC devido aos efeitos defasados da política monetária sobre a economia-- a 4,35%. O percentual ficou com isso um pouco mais acima da meta deste ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Para 2021 e 2022, as estimativas no Focus apontam para um aumento do IPCA de 3,34% e 3,50%, sendo que as metas para os anos são de 3,75% e 3,50%, respectivamente, também com banda de tolerância de 1,5 ponto.

Escrito por Reuters

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