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Bolsonaro diz que lucro da Petrobras é 'estupro' e que novo aumento de combustível vai quebrar país

Placeholder - loading - 31/03/2022 REUTERS/Adriano Machado
31/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro fez um pedido veemente à Petrobras, nesta quinta-feira, para reduzir seu lucro, que considerou 'absurdo' e 'um estupro', e fez um apelo para que não haja novos aumentos nos preços dos combustíveis, sob o risco de o Brasil quebrar.

Ao lembrar da greve dos caminhoneiros que parou o país em 2018, no governo de Michel Temer, Bolsonaro alertou que pode haver uma 'convulsão' caso haja novo aumento no preço do diesel.

'A gente apela para a Petrobras, não reajustem o preço dos combustíveis. Vocês estão tendo um lucro absurdo', disse o presidente na tradicional transmissão ao vivo por redes sociais às quintas-feiras.

'Ela (Petrobras) deve ter a função social. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo', afirmou, enfatizando que não interfere na empresa e isentando-se da responsabilidade pela situação.

'Se continuar tendo lucro dessa forma, aumentando o preço do combustível, vai quebrar o país... se tiver mais um aumento de combustível, pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende ou não quer entender, ou só estão de olho no lucro', acrescentou.

Ao mesmo tempo em que Bolsonaro fazia seus apelos à Petrobras, a estatal divulgava um lucro líquido de 44,56 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano. Em um comunicado, o presidente-executivo da estatal, José Mauro Coelho, afirmou que os resultados da petroleira geram 'retorno importante para o acionista, em especial a sociedade brasileira, representada pela União'.

Bolsonaro apontou o combustível como o 'vilão' da inflação que atinge o país, e disse que o nome da empresa 'vai para a lama' caso haja um novo reajuste do preço do diesel, apontando os impactos do aumento do frente em artigos básicos, como alimentação.

O presidente fez apelos diretos ao presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com quem deve se encontrar na sexta-feira em viagem à Guiana. Também incluiu os acionistas e os membros do conselho da empresa na críticas.

Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato a um pedido da Reuters de comentários sobre as falas do presidente.

Bolsonaro lembrou ainda da situação de crise econômica, a guerra na Ucrânia, que afeta o preço do barril do petróleo, e os impostos cobrados sobre os combustíveis como outros fatores para as altas de preço.

Escrito por Reuters

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