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Brasil deve elevar exportação de soja em janeiro apesar de quebra de safra

Placeholder - loading - Carregamento de soja 17/02/2020 REUTERS/Jorge Adorno
Carregamento de soja 17/02/2020 REUTERS/Jorge Adorno

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Por Ana Mano e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de soja do Brasil em janeiro foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, aumento de cerca de 360 mil toneladas na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apesar de uma quebra de safra esperada para a temporada 2023/24, de acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgados nesta sexta-feira.

Os embarques de soja brasileira devem crescer no primeiro mês do ano em meio a maiores estoques iniciais em 2024, de 4,9 milhões de toneladas, mais altos do que os 3,7 milhões de toneladas do início de 2023, segundo números da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Isso acontece apesar de exportações e processamento doméstico recordes no ano passado, possibilitados por uma colheita com volume também histórico. Mas na nova temporada, cuja colheita está começando, a produção deverá recuar mais de 4% para 151,36 milhões de toneladas, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado.

A Anec confirmou que estoques iniciais maiores podem impulsionar as exportações de soja de janeiro. Em comunicado, a associação disse que os cronogramas de embarque indicam 2,7 milhões de toneladas de exportações da oleaginosa para este mês.

Mas a Anec também aventou a possibilidade de carregamentos menores, já que a oferta da safra nova é pequena ainda, daí a estimativa mais conservadora de 1,3 milhões de toneladas.

O analista de soja da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque, disse que mais de 2 milhões de toneladas de exportação de soja estão registradas para embarques em janeiro, mas avaliou que nem todo este volume será exportado, dada a menor oferta nos portos por ora.

Contudo, ele concordou que os estoques iniciais maiores de soja poderiam dar suporte ao crescimento nos embarques em janeiro na comparação anual, ainda que abaixo do que projeta o 'line-up' dos navios.

MILHO

Já a exportação de milho brasileiro em janeiro, apesar de ainda mais volumosa que a de soja, vai recuar na comparação com o mesmo período do ano passado.

A Anec estimou os embarques do cereal em 3,33 milhões de toneladas, queda de 1,5 milhão de toneladas.

O analista de milho da Safras, Paulo Molinari, disse que as exportações recordes do cereal em 2023 provavelmente restringirão os volumes de janeiro.

Ele afirmou que os estoques domésticos de milho estão menores, e os compradores locais andam pagando mais do que os clientes estrangeiros, reduzindo o potencial de exportação de milho do Brasil no primeiro mês de 2024.

Na comparação com dezembro, os embarques de soja e milho do Brasil vão recuar, na medida em que a colheita da oleaginosa e do cereal primeira safra está só começando. Basicamente, o Brasil exporta seu milho segunda safra.

Em dezembro, o país exportou 3,8 milhões de toneladas de soja e 6,6 milhões de toneladas de milho, fechando o ano de 2023 com recordes de 101,37 milhões de toneladas da oleaginosa e 55,67 milhões de toneladas do cereal, após colheitas jamais vistas dos dois produtos, segundo dados da Anec.

A exportação de soja do Brasil, maior produtor e exportador global, cresceu 23,6 milhões de toneladas ante 2022, enquanto a de milho teve aumento no ano passado de cerca de 11 milhões de toneladas, no ciclo em que os brasileiros também foram os maiores exportadores do cereal no mundo.

O embarque de farelo de soja brasileiro para o exterior também atingiu recorde no ano passado de 22,28 milhões de toneladas, quase 2 milhões de toneladas a mais na comparação com 2022.

Para janeiro, a previsão é de exportação de 1,75 milhão de toneladas de farelo de soja, contra 1,4 milhão no mesmo mês do ano passado.

A exportação de trigo fechou o ano passado próxima de 2,5 milhões de toneladas, versus 3,2 milhões de toneladas em 2022. Para janeiro, a previsão da Anec é de mais de 603 mil toneladas, ante 651 mil toneladas exportadas em janeiro de 2023.

(Por Roberto Samora e Ana Mano)

Escrito por Reuters

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