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Cid recebeu ordem de Bolsonaro para resolver Rolex e entregou dinheiro a ex-presidente ou Michelle, diz advogado

Placeholder - loading - Ex-presidente Jair Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, Mauro Cid 18/06/2019 REUTERS/Adriano Machado
Ex-presidente Jair Bolsonaro e seu então ajudante de ordens, Mauro Cid 18/06/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu a seu então ajudante de ordens Mauro Cid para 'resolver esse problema do Rolex', afirmou nesta sexta-feira o advogado de defesa do funcionário do ex-presidente Cezar Bitencourt, que também revelou que seu cliente entregou o dinheiro da venda do relógio a Bolsonaro ou à mulher dele, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O advogado, que na véspera declarou a diversos meios de comunicação que o tenente-coronel Cid iria confessar e responsabilizar Bolsonaro no caso das joias, mudou o tom e esclareceu nesta sexta-feira em entrevista à GloboNews que está tratando apenas do caso relacionado a um relógio da marca Rolex, e não de outras joias presenteadas ao ex-presidente por chefes de Estado estrangeiros.

'Se foi em mãos, se foi na caixinha do correio, se foi .. em cima da mesa dele, se foi... da primeira-dama, entregou para eles', disse o advogado à GloboNews sobre o dinheiro relacionado ao rolex, deixando claro, em diversas ocasiões, que Cid, como assessor e militar, cumpria ordens.

'Em espécie', acrescentou, questionado sobre a forma de entrega do dinheiro referente ao relógio.

Em declarações nesta sexta-feira que podem ser lidas como um recuo da posição da véspera, o advogado afirmou que Cid, preso desde maio e até então em silêncio, não fará uma 'confissão', mas esclarecimentos.

Também negou que tenha sofrido qualquer pressão e questionou as publicações da véspera. Admitiu, ainda, que foi procurado pelo advogado de Bolsonaro, Paulo Bueno, pedindo um encontro em Brasília.

'Confessar é uma palavra muito forte, digamos assim ele vai esclarecer os fatos, vai falar dos fatos que ele participou, mas isso não é uma confissão', disse nesta tarde à GloboNews.

Em entrevista à revista Veja, publicada na quinta-feira à noite, Bitencourt afirmou que o tenente-coronel iria admitir a participação na venda nos Estados Unidos de joias oferecidas a Bolsonaro por governos estrangeiros, na transferência dos recursos para o Brasil e a entrega do dinheiro a Bolsonaro em cash, para evitar rastros.

Dizia ainda que seu cliente iria declarar que cumpria ordens do chefe e nomeá-lo como mandante o ex-presidente Bolsonaro, em esquema que, segundo a PF, foi utilizada a estrutura do Estado brasileiro para enriquecimento ilícito.

Na quinta-feira à noite, procurada pela Reuters, a defesa de Bolsonaro não respondeu de imediato a pedido de comentário.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em Goiás, onde será homenageado pela Câmara Municipal de Goiânia nesta sexta, Bolsonaro disse que Cid 'tinha autonomia' e quer 'clarear o mais rápido possível' o episódio das joias'.

O caso das joias veio à tona quando surgiu a informação de que a Receita Federal apreendeu conjuntos de joias não declarados entregues por autoridades estrangeiras a delegações do governo brasileiro, que seriam destinadas ao então presidente e familiares.

Um dos conjuntos de joias sauditas, que teria a então primeira-dama Michelle Bolsonaro como destinatária, foi apreendido pela Receita no aeroporto de Guarulhos com um membro de comitiva do governo Bolsonaro que retornava da Arábia Saudita.

Outros dois pacotes de presentes entraram no país e chegaram a ser entregues a Bolsonaro. Todos os conjuntos foram devolvidos posteriormente pelo ex-presidente após ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), depois da revelação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo de que Bolsonaro tentou recuperar as joias apreendidas pela Receita de forma irregular antes do fim de seu mandato, no fim do ano passado.

Para concretizar a entrega das joias, houve uma operação de recompra de itens já vendidos no exterior, caso do relógio rolex citado pelo advogado de Cid.

Braço-direito de Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid está preso desde maio por outra investigação, em relação à suposta inserção fraudulenta de dados de vacinação nos registros do ex-presidente e de pessoas próximas. O pai de Cid foi contemporâneo de Bolsonaro no Exército e recebeu um cargo no governo federal durante o governo do ex-presidente. Não foi possível localizar um representante de Mauro Cesar Lourena Cid.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu; reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Escrito por Reuters

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