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Cirurgião deixa último hospital em funcionamento da Cidade de Gaza depois que anestésicos acabam

Placeholder - loading - Imagem de satélite mostra hospital Al-Ahli 07/11/2023 Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS
Imagem de satélite mostra hospital Al-Ahli 07/11/2023 Maxar Technologies/Divulgação via REUTERS

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Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - Centenas de pacientes precisavam desesperadamente de sua ajuda, mas agora não havia nada que ele pudesse fazer.

Com o hospital Al Ahli abalado pelo fogo dos tanques israelenses e sem mais anestésicos para operar, o cirurgião britânico-palestino Ghassan Abu Sitta disse à sua equipe que era hora de deixar o último hospital em pleno funcionamento na Cidade de Gaza.

'Tem sido um pesadelo -- deixar 500 feridos sabendo que não há mais nada que você possa fazer por eles, é simplesmente a coisa mais desoladora que já tive que fazer', disse Abu Sitta à Reuters nesta sexta-feira, um dia depois de deixar o hospital e caminhar até o campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza.

Em uma postagem no X, ele escreveu: 'Não é mais possível fazer cirurgias no Ahli Hosp. O hospital agora é efetivamente um posto de primeiros socorros. Centenas de feridos estão agora no hospital sem acesso a cirurgias. Eles morrerão por causa de seus ferimentos'.

Israel ordenou que toda a metade norte da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, fosse esvaziada à medida que leva adiante sua campanha para eliminar o grupo Hamas, que governa o território. Todos os hospitais do norte efetivamente pararam de funcionar.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que, em 16 de novembro, apenas nove dos 35 hospitais do enclave estavam funcionando, mesmo que parcialmente. O número de mortes confirmadas de palestinos chegou a mais de 11.500 até a última sexta-feira, incluindo pelo menos 4.700 crianças.

Os hospitais de Gaza estão sobrecarregados e com poucos suprimentos desde que as forças israelenses iniciaram sua campanha para eliminar o Hamas após o ataque do grupo militante palestino a Israel em 7 de outubro, que, segundo Israel, matou cerca de 1.200 pessoas.

'O Al Ahli foi completamente inundado de feridos. E estávamos operando durante toda a noite (na quarta-feira)', disse Abu Sitta em uma ligação pela internet. 'E nas primeiras horas (de quinta-feira)... percebemos que basicamente ficamos sem medicação para as máquinas de anestesia e tivemos que parar a sala de cirurgia.'

'INUNDADO DE FERIDOS'

Abu Sitta disse que ele e sua equipe estiveram particularmente ocupados nas últimas semanas, tratando pacientes após um ataque aéreo israelense a uma mesquita próxima e depois que as forças israelenses cercaram e entraram no maior hospital de Gaza, o Al Shifa.

Ele disse que uma mensagem foi recebida no hospital Al Ahli dizendo que ele também havia sido cercado por tanques israelenses.

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a situação no Al Ahli e em seus arredores. Os militares israelenses dizem que o Hamas tem túneis e centros de comando embaixo e ao lado de alguns hospitais, uma acusação que o Hamas nega.

Na caminhada de cinco horas de Al Ahli até o campo de refugiados, Abu Sitta disse que viu 'cenas de destruição' e corpos espalhados pela rua.

Ele disse que os pacientes que precisavam de tratamento permaneciam em Al Ahli e que outro hospital no norte de Gaza não tinha condições de recebê-los.

'Basicamente, todo o norte de Gaza agora não tem nenhum hospital funcionando', disse ele.

Seu plano imediato é descansar.

'Estamos operando sem parar na última semana desde que o Al Shifa (foi cercado). Simplesmente tomei a decisão de que precisava dormir, até descobrir o que fazer em seguida', disse ele.

Escrito por Reuters

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