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Com articulação de Tarcísio e derrota para Bolsonaro, bancada de SP vota 75% a favor da reforma tributária

Placeholder - loading - Governador de SP, Tarcísio de Freitas 15/12/2022 REUTERS/Amanda Perobelli
Governador de SP, Tarcísio de Freitas 15/12/2022 REUTERS/Amanda Perobelli

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A articulação direta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pela reforma tributária ajudou a garantir o apoio de três em cada quatro deputados federais do Estado a favor da proposta, em seu batismo político nacional em posição que contrariou o seu mentor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Dos 70 deputados paulistas -- a maior unidade da federação em termos de representação na Câmara --, os parlamentares deram 53 votos a favor, 16 contra e houve apenas uma abstenção, da deputada Sâmia Bomfim (PSOL). Foram 75,71% dos votos possíveis favoráveis.

O apoio à reforma tributária na bancada paulista foi suprapartidário, englobando parlamentares dos mais diversos espectros políticos, passando por legendas de esquerda, como PSOL, PDT e PT, e de centro e direita, como PSD, MDB, PP, Republicanos e até PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ex-presidente antagonizou com Tarcísio, que foi seu ministro dos Transportes e padrinho político no ano passado na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.

Menos de uma semana após sofrer sua maior derrota na carreira política, ao ser considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro decidiu se envolver diretamente na reforma tributária, posicionando-se contra ela e tentando, sem sucesso, adiar sua votação na reta final. Amargou nova derrota que poderia ter evitado.

Tarcísio reuniu em jantar no Palácio dos Bandeirantes parte da bancada paulista no domingo passado e esteve em Brasília em reuniões com governadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deputados do seu partido, o Republicanos, e até mesmo com o PL, de Bolsonaro, defendendo a aprovação da proposta. Na quinta pela manhã, no encontro do PL, chegou a ser hostilizado e até chamado pelo ex-presidente de inexperiente politicamente.

Durante as articulações, o governador paulista -- que tem sido aventado como principal candidato para herdar o espólio eleitoral de Bolsonaro na sucessão presidencial de 2026 -- chegou a falar que o Estado toparia perder arrecadação no curto prazo desde que a reforma fosse aprovada pelo Congresso.

O empenho pessoal de Tarcísio foi reconhecido antes e depois da votação, quando recebeu uma série de desagravos e elogios, inclusive de Lira, com quem conversou várias vezes nos últimos dias, segundo fontes dos dois lados.

Em entrevista coletiva nesta sexta, Lira -- que apoiou Bolsonaro nas eleições passadas -- fez questão de relatar uma conversa telefônica com o ex-presidente na qual fez uma espécie de desagravo a Tarcísio, que se tornou alvo de ataques de bolsonaristas pelo apoio à reforma.

'Fiz a ele (Bolsonaro) uma observação de que o governador Tarcísio foi muito correto com o tratamento da PEC e que é um amigo que precisa, acima de tudo, ser preservado', destacou.

TIRIRICA, BOULOS E ROSÂNGELA MORO

Na lista dos deputados por São Paulo que votaram a favor da reforma, estão três integrantes do PL: o humorista Tiririca; Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo (Fecomerciários); e Antonio Carlos Rodrigues, coordenador da bancada federal no Estado e que foi ministro dos Transportes na gestão Dilma Rousseff.

Rodrigues credita o apoio em peso da bancada paulista ao governador paulista.

'Foi exatamente isso, ele Tarcísio ficou aqui a semana inteira e ele é a favor do Estado de São Paulo. Além de político, ele é muito capaz e conhece mais do que ninguém a reforma', destacou.

Os outros 14 deputados do PL paulista foram contrários, entre eles o filho de Bolsonaro, Eduardo, e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

Na bancada de São Paulo houve votos favoráveis à reforma de dois presidentes de partido, Baleia Rossi, do MDB, que foi o primeiro subscritor da PEC ainda em 2019, e Marcos Pereira, do Republicanos, legenda do governador do Estado.

Pereira disse que a aprovação da reforma foi resultado do conjunto de atuação de vários personagens, mas destacou que a atuação do Tarcísio foi muito importante.

'Ele está se consolidando como político habilidoso e sem ser extremista', afirmou, ao ser questionado sobre a atuação nacional do governador, que contrariou Bolsonaro.

O presidente do Republicanos, entretanto, não quis falar sobre se essa atuação de Tarcísio o credenciaria para concorrer ao Planalto em 2026. Disse que não se está pensando nisso. 'Está muito longe', ressaltou.

Também apoiaram a reforma dois pré-candidatos a prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB).

Outros nomes notáveis que se manifestaram a favor foram o apresentador de TV Celso Russomano (Republicanos), Kim Kataguiri (União) e Rosângela Moro (União), mulher do senador e ex-juiz da operação Lava Jato, Sérgio Moro (União-PR), um adversário do governo Lula. Constou também Jonas Donizette (PSB), ex-prefeito de Campinas e ex-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), entidade que chegou a divulgar campanha na TV contra a reforma.

Escrito por Reuters

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