Com pranto e paixão, milhares de argentinos se despedem de Maradona
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Por Maximilian Heath e Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - Uma multidão de torcedores e de personalidades do esporte e da política passou nesta quinta-feira pela Casa Rosada, em Buenos Aires, para se despedir do ícone do futebol Diego Armando Maradona, que morreu aos 60 anos devido a uma insuficiência cardíaca.
A morte de um dos melhores e mais carismáticos jogadores da história, ocorrida na quarta-feira em sua casa no subúrbio de Buenos Aires, desencadeou reações profundas e homenagens em todo o mundo, inclusive de presidente e do papa Francisco.
'Maradona é a maior coisa que me aconteceu na vida. Eu o amo tanto quanto meu pai, e é como se meu velho tivesse morrido', disse, em prantos, Cristian Montelli, funcionário administrativo, de 22 anos, que tem uma tatuagem com o rosto de Maradona em uma perna.
Em meio às muitas homenagens, também houve incidentes violentos. As forças policiais dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo quando os admiradores, que formaram uma fila de mais de 2 quilômetros no centro de Buenos Aires, se afobaram para se despedir de Maradona antes que o transferissem ao lugar de seu enterro.
Diante da mobilização imensa, a família e as autoridades decidiram ampliar o velório até as 22h, três horas mais do que o horário previsto originalmente.
Mas a sede do governo ficou repleta de torcedores exaltados, e as autoridades resolveram retirar o féretro do lugar por segurança, segundo a televisão local.
Alguns meios de comunicação argentinos estimavam que até 1 milhão de pessoas poderia comparecer para se despedir de seu ídolo, apesar da pandemia de coronavírus.
Uma multidão ocupou durante toda a noite a Plaza de Mayo, que fica diante da Casa Rosada, para homenagear o astro e esperar para lhe dar adeus. Na quarta-feira, dezenas de milhares de argentinos saíram às ruas e os estádios de futebol acenderam as luzes às 10 horas da noite – o número da camisa de Maradona – como tributo ao 'Pelusa'.
As portas do palácio presidencial se abriram na primeira hora desta quinta-feira, quando já havia uma fila longa de pessoas que esperavam para entrar para ver o corpo do ídolo, coberto com uma bandeira da Argentina e uma camisa da seleção com o número 10.
Muitos admiradores esboçavam algumas palavras tímidas de despedida ou lançavam flores. Outros simplesmente choravam.
(Reportagem adicional de Miguel Lo Bianco, Eliana Raszewski, Lucila Sigal, Ramiro Scandolo, Walter Bianchi e Jorge Otaola)
Escrito por Reuters
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