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Com suporte da Glencore, Ale vê potencial de crescimento sem aquisições

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - Em sua primeira semana de atividades após a conclusão da compra de 78 por cento da Ale Combustíveis pela Glencore, a distribuidora traça planos de crescimento importante no Brasil mesmo sem aquisições, em um mercado visto como de alto potencial, apesar da recente interferência do governo no preço do diesel, disseram executivos da companhia nesta quarta-feira.

Com suporte da Glencore, uma das maiores tradings de commodities do mundo, que entrou na distribuição de combustíveis primeiramente no México e agora no Brasil, a empresa avalia que há elevado potencial de conquistar novos revendedores, tanto aqueles que já são 'embandeirados' quanto os de bandeira branca (não ligados a uma rede tradicional).

'Temos capacidade instalada para suportar o crescimento, temos bastante. Não é necessário aquisição para crescermos, temos capacidade de tancagem disponível', disse o novo presidente-executivo da Ale, Fulvius Tomelin, em entrevista à Reuters.

As maiores empresas do setor no Brasil, incluindo BR Distribuidora (controlada pela Petrobras), Raízen (Shell e Cosan), Ipiranga e Ale têm entre 75 e 80 por cento do mercado de combustíveis, com a companhia da Glencore detendo cerca de 4 por cento do total do segmento.

Considerando que a empresa está operando formalmente apenas há três dias com a Glencore como sócia majoritária, ele disse que os planos de crescimento ainda estão sendo detalhados, mas ressaltou que a expansão terá duas linhas: pelo mercado de rede (embandeiramento) ou via postos de bandeira branca, este último um negócio de menor margem.

'Essas duas formas podem ser combinadas... Ainda estamos no caminho de detalhamento... como fazer? Será feita em conjunto com a Glencore (a estratégia de crescimento)', ressaltou.

Ele disse que a Ale está de olho na rotatividade de centenas de revendedores que trocam de rede todos os anos --os embandeirados somam 24 mil no Brasil--, enquanto há 18 mil sem bandeira.

'São tantas as oportunidades de crescimento que não dá pra gente cravar ainda', destacou Tomelin, que atuava como diretor financeiro antes de assumir a nova posição, após 11 anos na companhia.

Com 22 anos de história, a Ale possui uma rede de aproximadamente 1.500 postos de gasolina em 22 Estados e cerca de 260 lojas de conveniência.

O diretor-executivo de Marketing e Varejo, Diego Pires de Almeida, lembrou que a companhia recuperou mercado perdido após ter ficado mais de um ano com as operações atingidas, no aguardo de uma decisão do órgão antitruste Cade sobre uma proposta de compra da Ale pela Ipiranga, do grupo Ultrapar, que acabou não sendo aprovada em agosto de 2017.

'O processo no Cade com a Ipiranga limitou o crescimento da Ale', disse Almeida.

Segundo ele, após a companhia voltar a operar normalmente, conseguiu aumentar o seu 'share' em 37 por cento, para aproximadamente 4 por cento do total do mercado de combustíveis atualmente --excluindo-se querosene de aviação e óleo para navios, que a empresa não comercializa.

'Isso após ficarmos em estado vegetativo (aguardando a decisão do Cade), o que mostrou uma resiliência da empresa', completou Tomelin.

Dados da reguladora ANP para o primeiro trimestre apontaram participação de mercado de 5,6 por cento para a Ale em gasolina e 3,5 por cento para o diesel.

PERSPECTIVAS

Os executivos da Ale acreditam que o mercado de combustíveis este ano terá uma estabilidade na comparação com 2017, tendo sido afetado pela greve dos caminhoneiros em maio, além de eventos como a Copa do Mundo.

As eleições seriam fator de impulso para o consumo, acrescentaram eles, explicando que a demanda por combustíveis tende a ficar no Brasil 80 por cento acima do aumento do PIB.

O próprio crescimento do consumo, quando for retomado, tende a favorecer a Ale, disseram eles.

O CEO da empresa disse esperar que programa de subsídios ao diesel, que está tumultuando o setor, seja temporário, como indica a lei que prevê seu fim no final deste ano.

Uma situação que ele acredita poderia colaborar para o mercado voltar ao normal, permitindo que a empresa volte a atuar na importação, da mesma forma que outras companhias.

Como não vale a pena importar nas condições atuais e com um preço controlado nas refinarias, o que antes era importado pelas companhias do setor está basicamente sendo comprado também no exterior pela Petrobras.

De acordo com Tomelin, importações de diesel são realizadas por agentes privados apenas quando há uma ótima janela de oportunidade.

(Por Roberto Samora)

Escrito por Thomson Reuters

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