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Piora no cenário fiscal alteraria política monetária e juro neutro, diz Campos Neto

Placeholder - loading - Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto April 7, 2020. REUTERS/Adriano Machado/File Photo
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto April 7, 2020. REUTERS/Adriano Machado/File Photo

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira que dados mais recentes têm mostrado aumento da confiança nos setores da economia e que as projeções do PIB para 2021 têm respondido em alta.

Campos Neto, porém, voltou a fazer ponderações sobre a situação fiscal do Brasil e alertou que uma mudança para pior nesse âmbito alteraria a política monetária e o juro neutro.

Segundo ele, o país emerge da crise da Covid-19 como um dos piores entre emergentes no que tange a elevação da proporção dívida/PIB, o que deixou a curva de juros doméstica entre as mais penalizadas nesse universo.

O presidente do BC afirmou que um aumento injustificado das despesas públicas para fortalecer a economia teria efeito líquido oposto, uma vez que a leitura seria de quebra de compromisso de regras de sustentabilidade fiscal. Para Campos Neto, pode-se gastar mais para combater, por exemplo, a pandemia, mas é preciso que esses custos extras sejam bem explicados.

'Se percebermos que a estamos em uma trajetória de indisciplina fiscal obviamente tudo vai mudar: a política monetária, o juro neutro. Mas não achamos que estamos vendo isso', disse, em inglês, durante evento virtual promovido pelo Bank of America.

Campos Neto rechaçou avaliações de que o Brasil esteja em dominância fiscal --quando o BC fica limitado a subir os juros porque o aumento dos custos de empréstimos deteriora ainda mais o cenário para as contas públicas. Ele justificou que os custos de emissão de dívida têm permanecido baixos a despeito das preocupações fiscais.

O chefe do BC citou 'confrontos' desde o ano passado na política brasileira sobre como tirar o país da crise via aumento de gasto público.

'Acho que o que tem prevalecido é que podemos gastar um pouco mais se necessário, mas precisamos explicar bem e precisamos dizer às pessoas que quando olhamos para a frente somos sérios em relação à disciplina fiscal.'

'Se não tivermos isso, vamos ver (os impactos) nos preços do câmbio.'

Do lado da economia, Campos Neto disse que a confiança vem aumentando na expectativa de que o ritmo de vacinação contra a Covid-19 acelere nas próximas semanas, fortalecendo o cenário para a reabertura da economia. Ele previu que até 1º de julho boa parte das pessoas dos grupos de risco estarão imunizadas.

'Precisamos que a reabertura acelere para que os serviços possam voltar e vejamos a recuperação mais generalizada.'

CÂMBIO

Sobre o tema, o presidente do Bacen disse acreditar que a pressão cambial mais forte decorrente do desmonte do 'overhedge' (proteção cambial adicional dos bancos) e de pré-pagamentos de dívidas em moeda estrangeira por empresas brasileiras ficou para trás.

'Quando você tira isso, vê a maior parte disso para trás, você tem a dinâmica melhor no câmbio. E também estamos tendo mais fluxo', afirmou, lembrando revisões para cima em estimativas para o resultado das transações correntes, em parte pela melhora nas expectativas para a balança comercial em meio ao aumento dos termos de troca num contexto de commodities em alta.

'Isso está começando a se refletir nos preços do câmbio, e vemos isso no melhor comportamento do câmbio no Brasil em relação a seus pares.'

Questionado sobre um cronograma para a entrada em vigor da moeda digital do BC, Campos Neto respondeu que isso aconteceria nos próximos dois, três anos, 'provavelmente menos', sem dar mais detalhes.

Escrito por Reuters

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