Controles de exportação da China levam empresas europeias a mudar suas cadeias de suprimentos

Por Joe Cash e Eduardo Baptista

PEQUIM, 1 Dez (Reuters) - Os controles de exportação cada vez mais rígidos da China estão levando as empresas europeias a explorar novas capacidades da cadeia de suprimentos fora da segunda maior economia do mundo, disse um grupo de lobby europeu nesta segunda-feira, buscando proteção contra a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse que uma em cada três empresas associadas está procurando mudar o fornecimento para fora da China devido ao regime de controle de exportação de Pequim, com 40% dos entrevistados de sua pesquisa relâmpago relatando que o Ministério do Comércio chinês está processando as licenças de exportação mais lentamente do que o prometido.

'Os controles de exportação da China aumentaram a incerteza sentida pelas empresas europeias que operam no país, com as empresas enfrentando os riscos de desaceleração da produção ou até mesmo de paralisações', disse Jens Eskelund, presidente da câmara.

As restrições 'adicionaram mais pressão a um sistema de comércio global que já estava sob grande estresse', acrescentou.

Cerca de 130 empresas participaram da pesquisa, segundo a câmara, que tem como membros as montadoras alemãs BMW e Volkswagen, a fabricante finlandesa de telecomunicações Nokia e a gigante francesa do petróleo TotalEnergies.

Pequim chocou os EUA em outubro ao ameaçar controles ainda mais rígidos sobre as exportações de terras raras, ressaltando a disposição da China de flexionar seus músculos para manter Washington pressionado nas negociações comerciais. A medida levantou novas preocupações entre as empresas europeias de que suas cadeias de suprimentos poderiam ser novamente prejudicadas, como aconteceu com restrições semelhantes em abril.

As restrições de abril forçaram algumas montadoras da UE a fechar as linhas de produção, pois a decisão de Pequim de suspender as exportações de uma ampla gama de terras raras e ímãs relacionados -- aparentemente para pressionar empresas do setor militar e as montadoras dos EUA -- fez com que os suprimentos se esgotassem globalmente.