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Crise do GSI torna CPMI de 8/1 'inevitável' e atrapalha agenda econômica do governo no Congresso

Placeholder - loading - Lula e Gonçalves Dias se abraçam durante anúncio de ministros 29/10/2022 REUTERS/Adriano Machado
Lula e Gonçalves Dias se abraçam durante anúncio de ministros 29/10/2022 REUTERS/Adriano Machado

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Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - A demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, inflamou a oposição e fez crescer o risco do governo ter de enfrentar sua primeira CPMI no Congresso, uma comissão para investigar o 8 de janeiro convocada pela oposição, num momento em que o Planalto quer apostar todas as fichas na aprovação da agenda econômica prioritária.

Um dos líderes da oposição, senador Ciro Nogueira (PI) - ex-ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro -, afirmou à Reuters que a instalação da CPMI do 8 de janeiro se tornou 'inevitável' depois da saída do general, e o ex-ministro precisa ser o primeiro a ser convocado.

Nogueira não está sozinho na percepção. Ao menos um aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), alinhado ao governo, avalia que a tendência agora é que a CPMI vá adiante.

O Planalto também refazia os cálculos. Depois de ter conseguido adiar a sessão do Congresso em que a comissão mista de inquérito seria instalada, o governo acreditava ter ganho algumas semanas de fôlego e tempo para começar a liberação de emendas parlamentares do Orçamento deste ano, assim como as nomeações de cargos de segundo escalão, um processo lento que tem atraído a reclamação de parlamentares.

A esperança era que o fluxo de verba fizesse alguns parlamentares reverem a decisão de apoiar a CPMI, que se tornou a principal plataforma da oposição para fustigar o Planalto e emplacar a versão de que o governo Lula foi conivente com os ataques de bolsonaristas que rejeitavam o resultado eleitoral.

'Até ontem a percepção era de que seria difícil (segurar a instalação), mas que havia um tempo para ganhar fôlego e conseguir tirar alguns nomes. Mas com esse fato novo vamos ter que ver como fica', disse à Reuters uma fonte palaciana.

Já a fonte ligada à Lira destacou que nem mesmo o eventual pagamento de emendas e distribuição de recursos por meio de emendas parlamentares poderia segurar a CPMI. 'O governo não fez o dever de casa', frisou.

O Planalto vê três pontos negativos na possibilidade de uma CPMI sobre o assunto agora. A primeira delas é o fato de que a oposição tentará desfazer a imagem do governo como pró-democracia, que se consolidou depois dos ataques, em oposição ao golpismos dos apoiadores de Jair Bolsonaro.

Além disso, o governo prevê tentativas de constranger os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, peças-chave do atual governo.

O terceiro é o mesmo risco apontado por Lula em janeiro: a dispersão de energia e tempo em um momento em que o governo tem que trabalhar a aprovação do arcabouço fiscal e uma futura reforma tributária e que ainda não teve testes para valer que dimensionem o tamanho de sua base de apoio.

A primeira proposta de CPI sobre o 8 de janeiro foi feita por parlamentares da base do governo, nos dias seguintes aos ataques, e chegou a ter assinaturas suficientes no Senado. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta foi enterrada. Lula avaliou que a CPI iria concentrar esforços que o governo precisaria para enfrentar temas complexos como a mudança do arcabouço fiscal.

Pouco depois, a oposição assumiu a proposta de uma CPMI, tentando construir uma versão de que o atual governo havia facilitado os ataques para ganhar politicamente.

Já na noite desta quarta, diante do novo cenário, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), deu um novo tom à posição do governo.

Segundo ele, aliados de Lula querem uma apuração 'ampla, geral e irrestrita' da CPI mista.

'Ninguém mais do que o governo quer investigar o 8 de janeiro, doa a quem doer', disse. 'Se o Congresso quiser instalar a CPI, estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar', reforçou.

Escrito por Reuters

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