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Defasagem do diesel ante preços no exterior dobra e pressiona Petrobras, diz Abicom

Placeholder - loading - Preços em posto de combustível no Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
Preços em posto de combustível no Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes

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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A defasagem do preço do diesel no Brasil ante valores internacionais dobrou nesta quinta-feira, após um salto do preço do petróleo no exterior, ampliando pressão sobre a Petrobras por novos reajustes, segundo cálculos de associação que representa importadores.

O diesel precisaria de um aumento de 8%, ou 0,22 real por litro, nesta quarta-feira, para que fosse alcançada a paridade de importação, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que apontava, até quarta-feira, defasagem de 4% para o derivado de petróleo.

Já a gasolina precisaria de uma alta de 11%, ou 0,22 real por litro, para atingir a paridade, versus defasagem anterior de 8%.

A alta de preços do petróleo ocorreu após produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados concordarem em estender a maioria dos cortes na produção até abril, avaliando que a recuperação da demanda da pandemia ainda é frágil.

'Com a decisão da Opep, tomada em reunião realizada hoje, de manter os cortes na produção e oferta de petróleo, os preços das commodities subiram em torno de 3%, aumentando as defasagens dos preços no mercado nacional', disse o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.

'Com isto, é esperado para amanhã um novo anúncio de aumento nos preços do diesel e da gasolina.'

O petróleo Brent, referência internacional, fechou em alta de 4,17%, a 66,74 dólares por barril, enquanto o petróleo nos EUA subiu 4,16%, a 63,83 dólares por barril.

A atual política de preços de combustíveis da Petrobras tem como premissa acompanhar a paridade de importação, com cálculos que consideram os valores do petróleo, câmbio, dentre outros indicadores.

A mais recente escalada dos preços do petróleo no exterior --e o repasse de valores pela Petrobras para os produtos vendidos às distribuidoras-- terminou por causar atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

Bolsonaro resolveu no mês passado que não renovaria o contrato de Castello Branco, que terá fim em 20 de março.

A Petrobras tem afirmado que segue suas fórmulas de paridade de importação para a definição de seus preços. A empresa leva em conta ainda custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, e já sinalizou que alguns players não têm a mesma competitividade.

Embora os preços dos combustíveis no Brasil não sejam influenciados somente pelos reajustes da Petrobras --é preciso considerar também tributos e misturas de etanol e biodiesel--, os valores nos postos estão firmes.

O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil terminou o mês de fevereiro no maior patamar em mais de um ano, rompendo a barreira dos 5 reais por litro, enquanto o valor do diesel bateu a marca de 4 reais, disse a empresa de meios de pagamento eletrônico ValeCard nesta quinta-feira.

(Por Marta Nogueira)

Escrito por Reuters

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