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Desmatamento na Amazônia cai para menor nível desde 2018

Placeholder - loading - Área desmatada da floresta amazônica 14/07/2021 REUTERS/Bruno Kelly
Área desmatada da floresta amazônica 14/07/2021 REUTERS/Bruno Kelly

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O desmatamento na Amazônia brasileira recuou 22,3% nos 12 meses até julho, mostraram dados do governo nesta quinta-feira, marcando a menor área desmatada da maior floresta tropical do mundo desde 2018, conforme o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre a promessa de conter a destruição ambiental ocorrida sob seu antecessor, Jair Bolsonaro.

Cerca de 9.001 quilômetros quadrados da floresta foram desmatados de agosto de 2022 até julho deste ano, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nos 12 meses anteriores, a área desmatada foi de 11.568 quilômetros quadrados.

Foi a menor área desmatada desde 2018, um ano antes da posse de Bolsonaro. A floresta amazônica é a maior floresta tropical do mundo e a sua proteção é considerada vital para conter as alterações climáticas.

'É um resultado impressionante e sela o retorno do Brasil à agenda climática', disse Marcio Astrini, chefe do grupo de defesa Observatório do Clima.

Ainda assim, a taxa de desmatamento deste ano permanece quase o dobro do nível mais baixo de todos os tempos em termos de destruição florestal, em 2012, e está longe da promessa de Lula de atingir o desmatamento zero até 2030.

Lula apostou a sua reputação internacional na luta contra o desmatamento ao assumir seu terceiro mandato e intensificou a aplicação das leis ambientais após quatro anos de destruição crescente sob Bolsonaro, que enfraqueceu as agências ambientais.

Sob o ex-presidente, a destruição atingiu o máximo em 15 anos nas mãos de fazendeiros, especuladores de terras e garimpeiros.

Produzidos anualmente pelo programa de monitoramento por satélite Prodes, do Inpe, os dados são muito mais precisos do que o sistema de alerta Deter, que publica números semanais.

O período anual oficial é medido de agosto a julho, quando há menos nebulosidade, que poderia obscurecer as áreas de desmatamento nas imagens de satélite.

RISCOS

De acordo com o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima, nos últimos três meses, considerados os mais críticos para o desmatamento, a queda ficou acima de 50% na comparação com os mesmos meses do ano passado.

Considerando apenas os números de janeiro a outubro deste ano, colhidos pelo Deter, a queda no desmatamento foi de 49,5%.

'Conseguimos uma redução de 22% do desmatamento mesmo tendo uma 'contratação' de 6 mil km² (de desmatamento) no governo Bolsonaro', disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a apresentação dos dados do Prodes nesta quinta-feira, lembrando que os números ainda incluem seis meses do governo passado.

A ministra alertou, no entanto, que os riscos são maiores no ano que vem, já que a tendência é de que o fenômeno El Niño, extremamente forte este ano, se mantenha em 2024. A continuação da seca fragiliza a cobertura vegetal, a torna mais vulnerável a incêndios e aumenta o risco de desmatamento. Segundo Marina, o governo estuda novas medidas para tentar evitar um quadro pior, e deve anunciá-las em dezembro, na COP 28.

Marina ressaltou que 37% dos focos de incêndio este ano foram registrados no que é chamado de floresta primária -- ainda intacta -- o que costuma ser mais raro. 'Isso é um efeito da mudança do clima sobre a floresta', afirmou.

(Por Lisandra Paraguassu, em Brasília; Reportagem adicional de Peter Frontini, em São Paulo)

Escrito por Reuters

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