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Disco de Vinil: alta demanda preocupa indústria

O faturamento estimado das vendas passa de 1 bilhão de dólares

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disco de vinil com agulha

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A indústria dos discos de vinil começa a não conseguir dar conta da alta demanda. Após 40 anos do início da substituição de discos por CDs, o mercado internacional passa a querer consumir mais do que se produz.

O vinil era, ao lado da fita K-7, a principal forma de ouvir música em casa. Em 1979 os primeiros passos para o cenário mudar eram dados, pois a Philips inventava o CD. Três anos depois, em 1982, “The Visitor”, do Abba, já chegava às prateleiras no novo formato.

As vitrolas deram adeus e os CD Players tomaram seus lugares. O vinil estava fadado ao esquecimento. Mas o tempo passou e até o CD morreu, sendo substituído para a opção de ouvir música pela internet.

Aos poucos o disco começou a voltar. Tímido, o vinil era peça daqueles que gostavam de música, pessoas nostálgicas, cults e até quem sabe, hipsters. Mas a moda se popularizou.

máquina de prensagem de discos de vinil com discos sendo feito
Toque para aumentar

A volta do vinil ao mercado

As diversas fábricas e máquinas de prensagem de discos que foram desmontadas com o nascimento do CD, voltaram ao trabalho. Só em 2021, o crescimento foi de 51,3%. O faturamento da indústria já é estimado em mais de 1 bilhão de dólares. Mesmo assim, a demanda do mercado não está sendo suprida.

A produção anual gira entorno de 160 milhões de cópias, já o mercado passa de 320 milhões de cópias necessária para suprir o público. Em 2020, a Apollo Masters, uma das poucas fornecedoras de matrizes para a produção, sofreu um incêndio. O preço do petróleo, a matéria prima do vinil, disparou dificultando a produção.

Alguns fatores ajudaram a impulsionar o crescimento do mercado de discos - como a pandemia de coronavírus, que estimulou a venda de vinis, mesmo que o mercado já estivesse crescendo nos anos anteriores. Isolados em casa e sem perspectiva de ver seus músicos favoritos em tour, os fãs do formato recorreram à qualidade sonora do vinil.

Jovens descobrindo o produto - seja através da coleção empoeirada de seus pais ou por conta da nova tendência - também impulsionaram o mercado. É inegável que a música do século XX tem uma enorme qualidade, isso somado aos lançamentos contemporâneos também em discos, tem trazido a nova geração para o consumo de vinil, seja em edições antigas ou em relançamentos.

Bárbara Castro, 20 anos, é uma dessas jovens colecionadoras que já nasceu quando o vinil não era protagonista. “Comecei a colecionar após meu namorado me dar um single em vinil do . Mas minha primeira compra foi em um sebo assim começou a coleção”, conta Bárbara que nem sempre opta pelo antigo.

“Adoro os antigos, mas as vezes são muito caros ou estão em péssimas condições. Se a reedição estiver mais barata e sei que vai vir novinho, compro sem pensar duas vezes”. Bárbara Castro é uma entusiasta do velho novo formato. “Colecionar álbuns que escutei a minha vida inteira por conta da minha família, me faz sentir até mais próximas com os meus familiares, já que eles tiveram os mesmos álbuns que coleciono agora. Também adoro colecionar vinis de artistas mais recentes, ainda mais aqueles com uma impressão diferente (colorida), me faz ter algo físico do artista que é incomparável com os streamings de música”, comenta a jovem.

Futuro da indústria do disco

Algumas estratégias estão sendo tomadas pela indústria para contornar a crise. Empresas se fundindo para aumentar sua produtividade, novas prensas e expansões para comportar as novas e enormes quantidades.

“Com as novas prensas, não só seremos capazes de tentar melhorar o gargalo da entrega internacional de vinis, mas ainda permitir que mais artistas e bandas possam escolher o formato para os seus lançamentos. Queremos nos beneficiar da nossa expertise combinada a partir de uma fusão de nível inédito na Europa para buscar um crescimento suave mas contínuo na produção de LPs para os próximos anos.”, disse Ton Vermeulen, presidente da Record Industry.

No Brasil, existem apenas 2 fabricantes de vinil em atividade. Ambas não estão mais aceitando pedidos devido à alta demanda. “O fenômeno é mundial. Quando acreditávamos que a pandemia iria acabar com o nosso negócio, ele simplesmente explodiu de tal forma que ninguém estava preparado. Mas a produção já estava muito acelerada já antes da Covid”, conta João Augusto, fundador da Polysom.

Nos Estados Unidos, desde 2020 o vinil já ultrapassa o CD, sendo mais das vendas de música em formato físico, 25 milhões de cópias. Mas para manter esse ótimo cenário a indústria dos discos de vinil tem algumas missões: resolver a escassez de matrizes, o alto preço dos insumos e as linhas de produção. Com isso resolvida a volta do vinil pode de fato se concretizar.

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