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PIB do Brasil tem contração recorde de 9,7% no 2º tri com pandemia e volta a patamar de 2009

Placeholder - loading - Mulher usando máscara protetora e protetor facial fala ao telefone enquanto pessoas caminham em uma popular rua comercial em meio ao surto de Covid-19 em São Paulo, Brasil, 15 de julho de 2020. REUTER
Mulher usando máscara protetora e protetor facial fala ao telefone enquanto pessoas caminham em uma popular rua comercial em meio ao surto de Covid-19 em São Paulo, Brasil, 15 de julho de 2020. REUTER

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Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A economia brasileira sofreu contração recorde no segundo trimestre ao despencar 9,7% sobre os três meses anteriores, com perdas históricas na indústria e no setor de serviços devido ao auge das medidas de contenção da Covid-19.

De acordo com dados informados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a contração do Produto Interno Bruto (PIB) se aprofundou entre abril e junho depois de queda de 2,5% no primeiro trimestre, em dado revisado de recuo de 1,5% informado anteriormente.

As medidas de isolamento contra o coronavírus começaram a ser aplicadas no Brasil no final de março, e o ritmo de queda da atividade atingiu o ápice em abril. Entretanto, indicadores já mostram que o ritmo da economia passou a ganhar força no final do segundo trimestre, com a reabertura de empresas e negócios após medidas mais rígidas de isolamento.

A deterioração da atividade fica ainda mais clara na comparação anual, uma vez que o PIB apresentou perdas de 11,4% sobre o segundo trimestre de 2019, também a queda mais forte da série iniciada em 1996, de acordo com o IBGE.

Com esses resultados, a contração acumulada no primeiro semestre deste ano chegou a 5,9% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o IBGE. Em todo o ano passado, houve crescimento de 1,1% do PIB.

Com isso, o PIB encontra-se agora no mesmo patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise global.

O IBGE ressaltou ainda que adotou tratamentos específicos seguindo recomendações internacionais para retratar o impacto da pandemia, mas que isso não configura mudança de metodologia. A Covid-19, doença causada pelo coronavírus, já deixou mais de 121 mil mortos e infectou mais de 3,9 milhões no país.

PERDAS RECORDES

O IBGE informou, que do lado da produção, a Indústria foi a mais afetada com recuo recorde da produção de 12,3% no segundo trimestre sobre o primeiro. Somente a indústria de transformação apresentou perdas de 17,5%, enquanto construção caiu 5,7% e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto recuou 4,4%.

Já o setor de serviços teve contração de 9,7% no período, resultado também inédito, com destaque para as perdas de 19,8% em outras atividades de serviços, que reúne serviços prestados às famílias. Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB brasileiro.

A Agropecuária, por sua vez, mostrou que passou praticamente incólume à pandemia ao registrar crescimento de 0,4%, devido principalmente à produção de soja e café.

Do lado das despesas, a Formação Bruta de Capital Fixo, medida de investimento, despencou 15,4% no segundo trimestre, enquanto as despesas das famílias, que representam 65% do PIB, recuaram um recorde de 12,5% diante do isolamento social.

'O consumo das famílias não caiu mais porque tivemos programas de apoio financeiro do governo. Isso injetou liquidez na economia. Também houve um crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, que compensou um pouco os efeitos negativos', explicou a coordenadora do IBGE Rebeca Palis.

'O que puxou para baixo (o consumo das famílias) foi o distanciamento, mas os programas de apoio às pessoas e às empresas minimizaram isso', completou ela. 'Certamente sem os programas de apoio a queda do PIB seria maior.'

Já as despesas do governo recuaram 8,8%. De acordo com a coordenadora do IBGE, isso se deu porque, apesar do foco na Covid, houve uma redução na demanda para demais doenças, além de cirurgias eletivas e outros atendimentos.

ESTÍMULO

A economia brasileira agora trilha o caminho para retornar aos níveis pré-pandemia de fevereiro, embora ainda inspire cautela principalmente quanto ao mercado de trabalho.

'A economia já começa retomada em V. (O resultado do segundo trimestre) é um som distante, é o som do impacto da pandemia lá atrás', afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta terça.

Os ganhos recentes mostrados em indicadores de atividade vêm na esteira de medidas de estímulo, como aumento do crédito, programa de proteção ao emprego e o auxílio emergencial de 600 reais mensais, bem como a flexibilização monetária. Nesta terça-feira, o governo anunciou a extensão do auxílio, confirmando que o valor que será pago até o final do ano será de 300 reais mensais.

'O terceiro trimestre vai ter efeito de vários fatores. Se por um lado o auxílio será menor, por outros a flexibilização e o nível de atividade são outros (fatores)', destacou Palis.

Sinais de retomada já vêm surgindo na indústria e no varejo, mas o setor de serviços, o mais afetado pelo isolamento social, ainda engatinha.

'O PIB do IBGE não tem como ser calculado mensalmente, mas olhando para as pesquisas conjunturais dá para perceber que os piores meses foram abril e maio e que já houve sinais de melhora em junho', acrescentou Palis.

O governo estima que o PIB vai contrair 4,7% neste ano, no que seria o pior resultado da série história que começou em 1900, e crescerá 3,2% em 2021.

Já o mercado vem revisando para cima suas expectativas para o PIB e agora prevê recuo da economia de 5,28% em 2020 e avanço de 3,50% em 2021, de acordo com a mais recente edição da pesquisa Focus do Banco Central.

Escrito por Reuters

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