Eleições regionais italianas não mostram sinais de avanço da oposição

Por Angelo Amante

ROMA (Reuters) - A oposição de esquerda e os partidos governistas da Itália mantiveram suas posições nas eleições regionais, segundo os resultados provisórios divulgados nesta segunda-feira, encerrando uma rodada de disputas em 2025 que não deu sinais de qualquer avanço para os adversários da primeira-ministra Giorgia Meloni.

Nas últimas votações deste ano, a oposição manteve duas regiões do sul, enquanto o bloco de Meloni manteve o Vêneto no norte, de acordo com as pesquisas da YouTrend.

No total, nenhuma das seis regiões em jogo mudou de lado político em 2025, sinalizando que a oposição não conseguiu ganhar impulso na corrida para a votação nacional prevista para 2027 -- essencialmente uma boa notícia para Meloni.

As três últimas regiões a votar no domingo e na segunda-feira foram Campânia, a região que compreende Nápoles; Puglia, no sudeste; e Vêneto, o reduto conservador do nordeste que inclui Veneza.

Em uma publicação na plataforma de mídia social X, Meloni parabenizou todos os candidatos vencedores e pediu que eles 'cumpram seu mandato da melhor maneira possível, no interesse dos cidadãos que representarão'.

Na centro-esquerda, Roberto Fico, um dos principais membros do Movimento Cinco Estrelas de Giuseppe Conte, venceu na Campânia e o parlamentar da UE Antonio Decaro venceu na Puglia, enquanto o deputado nacional Alberto Stefani venceu no Vêneto pelo bloco de direita.

A votação na Campânia foi vista como particularmente crucial para o ex-primeiro-ministro Conte, pois ele conseguiu impor seu candidato em uma região anteriormente liderada pelo Partido Democrático, a maior força de oposição.

De acordo com uma pesquisa da YouTrend, Conte é o candidato a primeiro-ministro mais popular e o desafiante de Meloni entre os eleitores do bloco de oposição, com 43% de apoio a ele contra 29% de Elly Schlein, do PD.

As projeções mostraram que Stefani obteve mais de 60% dos votos em Vêneto, em uma demonstração de força para o partido Liga de Matteo Salvini, depois de duras negociações sobre o candidato com o partido Irmãos da Itália, de Meloni.

O comparecimento médio foi de 43,6% nas três regiões, segundo dados oficiais, bem abaixo dos 57,6% anteriores, confirmando a tendência de declínio de participação na Itália.

'Essas baixas taxas de comparecimento enfraquecem nossas instituições democráticas', disse o parlamentar do PD Federico Fornaro, em um comunicado.