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Em entrevista à TV Band, Bolsonaro diz que não tem briga com ninguém, mas cobra responsabilidade de Maia

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SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que da parte dele não existe briga com ninguém, defendeu a aprovação da reforma da Previdência e cobrou responsabilidade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

'Da minha parte, a minha mão está sempre estendida para ele (Maia), e ele tem responsabilidade assim como eu, assim como até o Supremo Tribunal também tem, o Dias Toffoli, todo mundo tem responsabilidade', disse Bolsonaro em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na TV Band, reforçando que quando voltar de Israel na próxima semana se encontrará com o deputado.

Bolsonaro e Maia trocaram farpas publicamente nos últimos dias, com o deputado cobrando que o presidente assumisse sua responsabilidade para organizar a base do governo no Congresso.

Na entrevista, Bolsonaro disse que Maia, um dos principais defensores da reforma da Previdência, está 'abalado por questões pessoais', em uma possível referência a Moreira Franco, padrasto da mulher do presidente da Câmara, e que foi preso na semana passada no Rio de Janeiro e posteriormente solto.

'Não quero entrar em detalhes, coisas pessoais, que logicamente isso passa por esse estado emocional dele no momento', disse.

Bolsonaro disse que os parlamentares pedem uma maior aproximação dele com o Congresso, mas argumentou que não têm como atender a todos.

'O que o pessoal reclama é o seguinte: é mais aproximação. Eu tenho falado: que aproximação é essa? Eu não posso atender a quantidade de pessoas, de parlamentares, sem falar de governadores e prefeitos que querem conversar comigo', disse.

REDES SOCIAIS

O presidente aproveitou a entrevista para defender sua atuação nas redes sociais, como a transmissão ao vivo que tem feito às quinta-feiras, e voltou a criticar setores da imprensa.

'Se eu abandonar isso aqui, vou ficar na mão de certos órgãos de imprensa que a especialidade é distorcer --mais do que isso, mentir o tempo todo', disse.

'Agora... eu não levo mais que 10 minutos para decidir uma matéria para botar nas minhas mídias sociais, então por dia 10 minutos no máximo no tocante a isso daí. Agora, tem um negócio: eu tenho aceitação na mídia popular, nas mídias sociais, tem gente que não tem. Paciência. Graças a Deus eu não dependo da mídia tradicional', acrescentou.

VENEZUELA E CHINA

Bolsonaro reafirmou que o Brasil deseja apenas a paz e a democracia para a Venezuela e afirmou que não há qualquer intenção por parte das Forças Armadas brasileiras de uma intervenção no país vizinho.

'Não há, por parte das Forças Armadas brasileiras qualquer interesse de se embrenhar numa intervenção', disse. 'Nós vamos, iremos às últimas consequências na questão voltada para a legalidade.'

O presidente também aproveitou para salientar que não tem nenhum problema com a China, depois de ter criticado o país asiático durante a campanha eleitoral.

'Eu nunca critiquei a China, eu já marquei com o embaixador da China no segundo semestre uma viagem minha para lá', disse. 'Da minha parte, zero problema com a China.'

(Por Alexandre Caverni e Gabriel Araújo)

Escrito por Thomson Reuters

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