Em mensagem de Natal, papa exorta padres que cometeram abusos a se entregarem
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Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco exortou nesta sexta-feira padres que abusaram sexualmente de menores de idade a se entregarem, em uma das afirmações mais contundentes do pontífice sobre a crise que assola a Igreja Católica.
'Àqueles que abusam de menores eu diria isto: convertam-se e se entreguem à Justiça humana, e se preparem para a justiça divina', disse Francisco em sua mensagem de Natal tradicional à Cúria, a administração central do Vaticano.
Embora não tenha ficado claro de imediato se o papa se referia ao sistema judicial da Igreja ou à Justiça civil, ou a ambas, fontes do Vaticano acreditam que foi a primeira vez que o pontífice fez um apelo tão direto.
Francisco, que já usou sua mensagem de Natal para denunciar casos de corrupção e má administração da Cúria, desta vez se concentrou na crise global de abusos sexuais.
'Que fique claro que, diante destas abominações, a Igreja não poupará esforços para fazer todo o necessário para levar à Justiça todo aquele que tiver cometido tais crimes. A Igreja jamais tentará silenciar ou não encarar seriamente nenhum caso', afirmou.
Ele reconheceu que a Igreja cometeu erros graves no passado, mas prometeu fazer dos 'erros passados oportunidades para eliminar este flagelo' tanto da instituição quanto da sociedade em geral.
'É inegável que no passado alguns, por irresponsabilidade, descrença, falta de preparo, inexperiência ou miopia espiritual e humana trataram muitos casos sem a seriedade e a prontidão devidas. Isso jamais deve acontecer novamente. Esta é a escolha e a decisão de toda a Igreja'.
Francisco convocou os chefes de cerca de 110 conferências nacionais de bispos católicos e dezenas de especialistas e líderes de ordens religiosas ao Vaticano para uma reunião extraordinária dedicada aos abusos sexuais entre os dias 21 e 24 de fevereiro.
As vítimas de abusos esperam que o encontro finalmente produza uma diretriz clara para responsabilizar os próprios bispos caso não lidem adequadamente com casos de abuso em suas regiões.
Escrito por Thomson Reuters
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