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Em Washington, Guedes reclama de tratamento e cobra abertura dos EUA para o Brasil

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Por Lisandra Paraguassu

WASHINGTON (Reuters) - O Brasil vai abrir sua economia e quer a parceria dos Estados Unidos, mas irá negociar com quem estiver disposto a negociar, disse nesta segunda-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, em um longo recado ao grupo de empresários que foram assisti-lo em um evento da Câmara de Comércio dos EUA, em Washington.

'Nós estamos aqui, estamos convidando vocês para uma parceria. Agora nós estamos dançando com os chineses. Eles querem dançar com a gente e dançam muito bem. Eles são nossos parceiros comerciais número um, o que é incrível. Nós estamos tão perto e nossa complementaridade é muito boa, mas nós negociamos mais com os chineses', disse Guedes, lembrando ainda que a China quer investir no Brasil, especialmente em infraestrutura.

'O presidente ama a América. Eu amo a América. Mas eu sempre digo, 'presidente, nós os amamos, mas nos deixe negociar com quem seja mais lucrativo para nós. Porque essa é a maneira que os americanos dançam também. Eles vem dançando com os chineses há muito tempo'', disse.

Na manhã desta segunda, Guedes teve uma reunião com o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, em uma conversa justamente sobre até onde vai a abertura comercial do Brasil e, em sua fala, Guedes deixou claro que não gostou do que ouviu. Segundo ele, Lighthizer pensa que o Brasil é a China, com quem os Estados Unidos tem déficit comercial. 'Nós não somos. Nós que temos déficit com os Estados Unidos. E nós vamos dançar com quem nos chamar', afirmou.

Guedes reclamou ainda que o governo norte-americano cobra limites na relação do Brasil com a China quando ele mesmo negocia com os chineses há décadas.

'Se abrirmos um pouco nossa economia vamos crescer rapidamente. Se alguém nos oferecer um negócio melhor nós vamos aceitar, nós vamos vender', disse. 'Vocês negociam com a China há décadas, então por que nós não podemos negociar com eles, por que não podemos deixá-los investir em infraestrutura?'

OCDE

A lista de cobranças do ministro da Economia foi além. Guedes deixou claro o descontentamento com a dificuldade dos norte-americanos em dar um apoio claro à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países liberais.

Um apoio explícito era um dos principais pontos na agenda do governo para essa viagem mas, ao contrário do esperado, as conversas não avançaram. Ao contrário, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o governo norte-americano muda as justificativas para não apoiar o Brasil a cada vez. As chicanas diplomáticas incomodaram Guedes.

Em seu discurso, o ministro acusou os Estados Unidos de ser o principal obstáculo para entrada do Brasil na OCDE.

'Nós precisamos de ajuda. Incrivelmente, os Estados Unidos são o único obstáculo para o Brasil entrar na OCDE. É até compreensível, porque estávamos no lado esquerdo pela maior parte do tempo. Mas agora estamos no lado direito e não merecemos o mesmo tratamento que tínhamos antes', cobrou Guedes.

Em um sinal de que também não estava satisfeito com as negociações comercias durante a visita, o ministro cobrou o 'tit for tat' nas conversas, o que significa uma relação equivalente.

'Quer vender porco, ok, compre minha carne. Quer me vender etanol, compre meu açúcar. Carne por porco, etanol por açúcar, trigo por autopeças. São pequenas coisas', defendeu.

Os temas citados por Guedes são alguns dos pontos que o governo pretendia resolver durante a visita, mas até agora não avançaram.

Nesta terça, Bolsonaro tem encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, e o Brasil ainda aposta na 'química' entre os dois para resolver algumas das questões pendentes.

Escrito por Thomson Reuters

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