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ENFOQUE-Vendas de soja patinam no Brasil com prêmio fraco; mercado vê risco ao milho

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Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - Com o enfraquecimento dos prêmios para exportação de soja no Brasil, a comercialização da oleaginosa desacelerou recentemente, disseram especialistas e operadores, alertando para riscos ao armazenamento de milho, conforme se aproxima uma volumosa safrinha.

No Porto de Paranaguá (PR), os prêmios da soja iniciaram abril na casa dos 40 centavos de dólar por bushel, segundo monitoramento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

O valor fica abaixo dos quase 70 centavos vistos em fevereiro e bem aquém do mais de 1 dólar há um ano, quando a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China começava a beneficiar os produtores brasileiros.

'Essa última semana teve os menores patamares (de prêmio) desde a segunda quinzena de janeiro... O produtor está muito retraído... Para o spot, estão entregando contratos negociados anteriormente', afirmou a analista de mercado Débora Pereira da Silva, do Cepea.

O enfraquecimento dos prêmios reflete a maior concorrência internacional, especialmente dos Estados Unidos, e consequente retração na demanda pelo produto brasileiro.

As atenções recaem nas conversas entre EUA e China para pôr fim à disputa comercial. Tendo em vista que os norte-americanos detêm estoques recordes de soja, a avaliação é de que um eventual acordo entre as duas maiores economias do mundo levaria a uma competição ainda maior para o Brasil, que está terminando de colher uma safra de cerca de 114 milhões de toneladas, segundo a última pesquisa da Reuters.

Em paralelo, o mercado atenta para a própria temporada deste ano nos EUA. A safra por lá terá plantio menor e ainda está sujeita a riscos climáticos, o que pode resultar em cotações mais firmes em Chicago no segundo semestre, lembrou Débora.

O indicador de soja do Cepea, base Paranaguá, está na casa de 77 reais por saca, ante mais de 80 reais há um ano.

Segundo a analista Ana Luiza Lodi, da INTL FCStone, a comercialização da soja está um pouco mais lenta recentemente, após ter sido forte no início da safra.

'Estamos com 51 por cento da soja comercializada, igual ao ano passado, mas ela vinha mais aquecida', afirmou.

Em relatório nesta sexta-feira, a consultoria Safras & Mercado destacou uma evolução 'razoável' nas vendas ao longo de março, ponderando que produtores estão aproveitando os momentos de pico, principalmente do dólar.

RISCOS AO MILHO

Em relatório, a consultoria T&F Agroeconômica disse que, no Rio Grande do Sul, há 'desespero' para se conseguir cotas nos armazéns do porto de Rio Grande.

'Este desespero tem duas origens: aumento substancial da produção de soja no Estado, sem o consequente aumento da capacidade de armazenagem, e redução na demanda de exportação de soja do país', destacou a consultoria.

O comentário se segue a uma projeção recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que cortou a perspectiva de embarques de soja do país neste ano a 67 milhões de toneladas, ante 73 milhões previamente.

Diante da recente lentidão no escoamento da soja, começam a surgir preocupações quanto ao armazenamento da segunda safra de milho, que começará a ser colhida no próximo mês.

'Com essa queda nos prêmios, o produtor está aproveitando somente os melhores momentos de câmbio. Isso faz com que ele fique bem retraído nas vendas. Realmente vamos ter alguma coisa de falta de espaço para milho, porque a soja não está saindo... Vai ter pressão', avaliou o operador Adilson Parpinelli, da corretora Indiana Agri, em Primavera do Leste (MT).

Já o diretor da corretora AMG, de Caxias do Sul (RS), Mário Magero, comentou que, 'infelizmente, essa briga de braço entre EUA e China está impactando nos prêmios no Brasil' e que a 'cadeia está sendo afetada como um todo, com a soja usando a capacidade estática de outros grãos'.

Enquanto a demanda por soja se enfraquece, os embarques de milho devem subir acentuadamente em abril e maio, conforme informou a Reuters esta semana, com operadores liberando silos para a segunda safra do cereal.

Consultorias e entidades do mercado projetam que o Brasil colherá uma segunda safra de milho 23 por cento maior neste ano, na casa dos 66 milhões de toneladas.

Tal como com a soja, os preços do cereal também estão mais fracos, segundo o indicador do Cepea: 38 reais agora, versus mais de 40 reais um ano atrás.

(Por José Roberto Gomes)

Escrito por Thomson Reuters

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