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'Eu poderia ter morrido sufocada': tragédia em boate expõe tensões da pandemia no Peru

Placeholder - loading - Polícia isola exterior de boate onde ocorreu tragédia em Lima, no Peru 23/08/2020 REUTERS/Sebastian Castaneda
Polícia isola exterior de boate onde ocorreu tragédia em Lima, no Peru 23/08/2020 REUTERS/Sebastian Castaneda

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Por Marco Aquino

LIMA (Reuters) - O Peru, que enfrenta uma das piores epidemias de coronavírus no mundo, tentava se recuperar nesta segunda-feira de uma tragédia que tirou a vida de 13 pessoas, na maioria mulheres, em um tumulto desencadeado por uma operação policial em uma casa noturna clandestina.

O incidente na boate, que segundo as autoridades era um 'campo de proliferação' para a Covid-19, expôs as tensões no país andino de 33 milhões de habitantes, que tem uma das maiores taxas de letalidade da pandemia, com quase 28 mil mortes.

As infecções estão em alta novamente em uma perigosa segunda onda da doença, e os casos se aproximam de 600 mil -- o sexto maior número no mundo.

Com a América Latina como epicentro da pandemia da Covid-19, países estão apresentando dificuldades para desacelerar a propagação das infecções enquanto aliviam suas quarentenas diante do descontentamento e irritação geral com o impacto social e econômico.

A operação policial iniciada na noite de sábado, que provocou uma correria em direção à saída da boate, tinha o intuito de fazer cumprir a proibição imposta sobre bares e casas noturnas desde março. Neste mês o governo voltou a reforçar as regras em relação a aglomerações e reuniões sociais.

Geraldine Sánchez, que foi à boate com sua irmã, disse à Reuters TV que elas haviam planejado ficar por um período curto de tempo no local antes de voltarem para casa. Sua irmã, de 24 anos, morreu no incidente.

'Graças a Deus eu me salvei. Mas poderia ter morrido sufocada como minha irmã', disse ela à Reuters na porta do necrotério onde buscava informações sobre o corpo de sua irmã. 'Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas e mulheres ficaram assustadas'.

O governo negou que a polícia tenha usado gás lacrimogêneo ou armas na operação, e a o presidente Martín Vizcarra pediu punição severa para os donos da casa noturna. A polícia diz que um exame preliminar não indicava o uso de gás lacrimogêneo.

Os proprietários do estabelecimento e muito dos frequentadores foram presos ou detidos, e muitos deles testaram positivo para Covid-19, informou o governo. Das 13 vítimas fatais, 11 testaram positivo e 15 dos 23 detidos também, disse a polícia.

A Reuters não conseguiu encontrar os proprietários para comentar o incidente.

'A casa noturna foi um campo de proliferação da doença: havia uma carga viral ali por que era um ambiente fechado', disse Claudio Ramírez, funcionário do Ministério da Saúde peruano, a jornalistas, depois de feitos os testes rápidos em alguns dos frequentadores da boate.

Imagens televisivas e nas redes sociais mostram policiais arrombando uma porta para resgatar as vítimas. Nas escadas ficaram sapatos, garrafas quebradas e máscaras de proteção.

Escrito por Reuters

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