Exército dos EUA planeja comprar 1 milhão de drones em até 3 anos
Exército dos EUA planeja comprar 1 milhão de drones em até 3 anos
Reuters
07/11/2025
Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - O Exército dos Estados Unidos pretende comprar pelo menos 1 milhão de drones nos próximos dois ou três anos e poderá adquirir de meio milhão a milhões deles anualmente nos anos seguintes, disse o secretário do Exército norte-americano, Daniel Driscoll.
O secretário detalhou o aumento no plano de aquisição de drones do Exército dos EUA em entrevista à Reuters, reconhecendo os desafios, já que o maior ramo das forças armadas do país adquire cerca de 50 mil drones por ano atualmente.
'É um grande impulso. Mas é um aumento que somos muito capazes de fazer', disse.
Driscoll falou por telefone durante uma visita ao Picatinny Arsenal, onde descreveu os experimentos com 'net rounds', defesas que capturam um drone em redes, bem como novos explosivos e ferramentas eletromagnéticas sincronizadas em sistemas de armas.
Driscoll e o principal comandante de Picatinny, o major-general John Reim, falaram à Reuters sobre como os EUA estão aprendendo com a guerra na Ucrânia, que tem sido caracterizada pelo uso de drones em uma escala sem precedentes.
Drones minúsculos e baratos provaram ser uma das armas mais potentes na guerra entre Rússia e Ucrânia, onde aviões de guerra convencionais são relativamente raros devido a uma densa concentração de sistemas antiaéreos perto das linhas de frente.
Ucrânia e Rússia produzem, cada uma, cerca de 4 milhões de drones por ano, mas a China provavelmente é capaz de produzir mais do que o dobro desse número, disse Driscoll.
O secretário disse que sua prioridade é colocar os EUA em uma posição em que possa produzir drones suficientes para qualquer guerra futura, estimulando a produção doméstica de tudo, desde motores e sensores até baterias e placas de circuito. Grande parte dessa fabricação é dominada pela China atualmente.
'Esperamos comprar pelo menos 1 milhão de drones nos próximos dois ou três anos', disse Driscoll. 'E esperamos que, ao final de um ou dois anos a partir de hoje, saibamos que, em um momento de conflito, seremos capazes de ativar uma cadeia de suprimentos robusta e profunda o suficiente para que possamos ativar a fabricação de quantos drones precisarmos.'
Driscoll disse que quer mudar fundamentalmente a forma como o Exército dos EUA enxerga os drones - mais como munição descartável do que como um equipamento 'requintado'.
FUTURO DA GUERRA?
Em 2023, os líderes do Pentágono anunciaram a iniciativa Replicator, um esforço de todo o departamento para adquirir e colocar em campo milhares de drones autônomos até agosto de 2025. Os militares não forneceram uma atualização sobre esse programa.
Em julho, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, assinou um memorando no qual disse que estava 'rescindindo políticas restritivas' que haviam afetado a produção de drones.
A Reuters informou que a unidade DOGE do Pentágono está liderando os esforços para reformular o programa de drones militares dos EUA, incluindo a aquisição de dezenas de milhares de drones baratos nos próximos meses.
Os parlamentares dos EUA introduziram uma legislação que orientaria o Pentágono a criar uma instalação no Texas que poderia montar até 1 milhão de drones por ano.
Mas Driscoll disse que seu objetivo é distribuir o financiamento e não depender de uma única instalação de produção.
Em vez de fazer parcerias com grandes empresas de produtos militares, ele disse que o Exército dos EUA quer trabalhar com empresas que estejam produzindo drones que também possam ter aplicações comerciais.
'Queremos fazer parcerias com outros fabricantes de drones que os estejam usando para entregas da Amazon e todos os diferentes casos de uso', disse ele.
As importações chinesas representam a grande maioria das vendas de drones comerciais nos EUA. Mais da metade vem da DJI, a maior fabricante de drones do mundo.
Driscoll disse estar confiante de que haverá financiamento suficiente para as necessidades crescentes de drones e que o Exército dos EUA já está se movimentando para se desfazer de alguns sistemas de armas mais antigos.
'Os drones são o futuro da guerra, e temos que investir nas capacidades ofensivas e de defesa contra eles', disse Driscoll.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))
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