França investiga Shein e rivais por acesso de menores a conteúdo pornográfico

PARIS (Reuters) - As plataformas de varejo online Shein, Temu, AliExpress e Wish estão sendo investigadas na França por supostas violações de regras que incluem a possibilidade de menores acessarem conteúdo pornográfico por meio de seus marketplaces, disse o Ministério Público de Paris nesta terça-feira.

A chinesa Shein abrirá na quarta-feira sua unidade física permanente na loja de departamentos BHV, no centro de Paris, mas o ministro francês das Finanças, Roland Lescure, ameaçou proibir a marca em todo o país depois que um órgão de defesa do consumidor identificou bonecas sexuais com aparência infantil vendidas em seu marketplace.

O porta-voz da Shein na França, Quentin Ruffat, disse à rádio RMC nesta terça-feira que a empresa fará tudo ao seu alcance para colaborar com a investigação, inclusive compartilhando os nomes de vendedores e compradores das bonecas, que agora foram proibidas.

A AliExpress disse à Reuters que anúncios semelhantes foram removidos de seu site e que vendedores que violarem as políticas da plataforma serão penalizados.

Um porta-voz da Temu afirmou que as acusações contra a empresa estavam relacionadas ao acesso de menores a determinados produtos em sua plataforma.

A Wish não respondeu a um pedido de comentário.

QUEIXA DE ÓRGÃO DO CONSUMIDOR

A Promotoria de Paris informou que recebeu uma queixa do órgão de fiscalização do consumidor conhecido como DGCCRF e encaminhou o caso ao Escritório Nacional para Menores, para investigação.

As empresas estão sendo investigadas sob suspeita de disseminar mensagens violentas, pornográficas ou degradantes acessíveis a menores, o que pode levar a até três anos de prisão e multa de 75.000 euros para os indivíduos envolvidos, disse o órgão.

Shein e AliExpress também são investigadas pela suposta divulgação de imagens ou representações de menores de natureza pornográfica, o que pode levar a cinco anos de prisão e multa de 75.000 euros, segundo a Promotoria.

A Shein retirou as bonecas de seu site no domingo e, na segunda-feira, impôs uma proibição total a bonecas sexuais e suspendeu a categoria 'produtos adultos' em sua plataforma.

(Reportagem de Alessandro Parodi e Gabriel Stargardter)