Giuliani é responsabilizado por difamar funcionárias eleitorais da Geórgia
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Por Andrew Goudsward
WASHINGTON (Reuters) - O ex-advogado de Donald Trump Rudy Giuliani foi responsabilizado por difamar duas funcionárias eleitorais do Estado da Geórgia que foram alvo de acusações de conspiração de fraude eleitoral após a eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos, segundo decisão da Justiça dos EUA em Washington nesta quarta-feira.
A juíza distrital Beryl Howell emitiu a ordem como uma sanção contra Giuliani por não entregar os registros eletrônicos solicitados pelas duas funcionárias eleitorais do condado de Fulton, Wandrea 'Shaye' Moss e sua mãe Ruby Freeman, no caso.
Howell constatou que Giuliani se recusou a cumprir um processo de produção de registros, conhecido como 'discovery', e rejeitou o argumento do advogado e ex-prefeito de Nova York de que as funcionárias eleitorais usaram o processo para assediá-lo.
'Vestir um manto de vitimização pode funcionar bem em um palco público para certas audiências, mas em um tribunal de justiça esse desempenho serviu apenas para subverter o processo normal de 'discovery' em um caso de difamação simples', escreveu Howell em sua decisão.
Giuliani argumentou nos autos do processo que havia tentado entregar os registros, mas enfrentou vários obstáculos, incluindo a apreensão de seu telefone por agentes federais em 2021.
Ted Goodman, conselheiro político de Giuliani, chamou a decisão de 'exemplo primordial da instrumentalização do sistema judiciário, em que o processo é a punição'.
Giuliani também está enfrentando acusações criminais no condado de Fulton, na Geórgia, por supostamente ter ajudado o esforço do então presidente republicano Trump para reverter sua derrota eleitoral no Estado, inclusive fazendo afirmações falsas sobre Moss e Freeman.
A ordem da juíza significa que Giuliani terá que pagar indenização por espalhar falsas alegações de que Moss e Freeman processaram e contaram secretamente lotes de cédulas ilegais em uma arena da Geórgia usada para apuração de votos após as eleições de 2020. A dupla disse que recebeu ameaças de morte e assédio depois que Giuliani as identificou pelo nome e as comparou a traficantes de drogas.
Freeman e Moss disseram em comunicado que a decisão confirma que “nunca houve qualquer verdade em nenhuma das acusações sobre nós”.
Giuliani admitiu anteriormente que as suas declarações eram falsas e prejudicaram as reputações de Moss e Freeman, mas deixou aberta a possibilidade de contestar as alegações em recurso.
Giuliani enfrentará agora um julgamento civil no tribunal federal de Washington para determinar quanto terá de pagar.
(Reportagem de Katharine Jackson e Andrew Goudsward)
Escrito por Reuters
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