Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Governador da Bahia, petista Rui Costa, cancela ida à inauguração de aeroporto com Bolsonaro

Placeholder - loading - Presidente Jair Bolsonaro 18/07/2019 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro 18/07/2019 REUTERS/Adriano Machado

Publicada em  

Atualizada em  

BRASÍLIIA (Reuters) - O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu não comparecer à inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista (BA), depois de acusar o presidente Jair Bolsonaro --que irá nesta terça ao Estado para o evento-- de ter agredido e ofendido o povo baiano.

'Exercitando a boa educação que aprendi, convidei o governo federal a se fazer presente no ato de inauguração, nesta grande festa. Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia', disse Costa em um vídeo divulgado pela sua assessoria.

O governador afirma que o Palácio do Planalto passou a controlar o evento e impedir a entrada da população.

'A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso', afirmou o governador.

O aeroporto que será inaugurado nesta terça, batizado de Glauber Rocha em homenagem ao cineasta baiano, custou cerca de 145 milhões de reais em recursos do governo federal e estadual. A última parcela do financiamento federal foi pago no final de 2018, ainda no governo de Michel Temer.

Ao tomar conta do evento, o Planalto fechou o acesso à inauguração alegando questões de segurança, restringindo a convidados. O governo federal expediu 300 convites inicialmente e reservou outros 70 para o governo estadual. Em seguida, resolveu aumentar a cota federal para 600 pessoas e, depois de uma reclamação do governador, cedeu outras 30 vagas para o Estado.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, negou que o governo tenha determinado que a cerimônia fosse fechada e afirmou que o governo não recebeu nenhuma informação sobre risco de protestos na região durante a visita de Bolsonaro.

'Não temos informações de eventuais protestos. O GSI trabalha com perfis de análise de segurança, mas não foi dado a conhecer ao presidente qualquer dificuldade nesse sentido', afirmou.

O porta-voz negou ainda que o Planalto tema que Bolsonaro não seja bem recebido.

'Em qual cidade o nosso presidente chega e não é ovacionado? Em todas ele é muito bem recebido pela população. Não seria diferente em Vitória da Conquista', garantiu.

A visita à Bahia ocorre na esteira na crise criada pela fala do presidente em uma conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes de iniciar um café com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira passada.

Sem ver que o microfone estava captando a conversa, Bolsonaro disse que 'daqueles governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara'.

Depois, em entrevistas, Bolsonaro negou que tivesse chamado os nordestinos de 'paraíbas', uma forma pejorativa de se referir às pessoas da região. Primeiro, pelo Twitter, afirmou que apenas havia dito 'daqueles governadores'. Depois, em entrevista, garantiu que estava criticando os governadores do Maranhão e da Paraíba.

A fala do presidente foi bastante criticada e gerou reação das redes sociais. No mesmo dia, os governadores do Nordeste divulgaram uma carta em que afirmavam ter recebido com 'espanto e indignação' a declaração do presidente transmitindo 'orientações de retaliação a governos estaduais'.

Em nota divulgada nesta segunda, a Frente Parlamentar em Defesa do Nordeste afirma que a declaração de Bolsonaro 'naturaliza e estimula o preconceito' e anuncia que tomará medidas contra o presidente, 'inclusive abertura de processo judicial'.

O porta-voz da Presidência, por sua vez, ao tratar do tema, discorreu sobre uma série de ações que o governo teria feito em benefício dos Estados do Nordeste, com elogios ao povo da região.

'O governo do presidente Bolsonaro vem buscando o resgate das condições econômicas para melhorar o desenvolvimento social e humano independente da região e do Estado em que vive', disse Rêgo Barros.

'O presidente enfatiza que os nordestinos representam a força do povo brasileiro que supera as adversidades de toda ordem, sendo exemplo de gente resiliente e trabalhadora.'

Esta é a terceira viagem do presidente à região Nordeste, onde foi derrotado pelo petista Fernando Haddad nas eleições de 2018. Bolsonaro foi a Recife, onde participou de uma reunião da Sudene, e a Petrolina, para entregar chaves de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Assim como agora, o programa em Petrolina teve acesso popular controlado.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. governador da bahia petista …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.