Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Governadores do Sul e Sudeste criticam texto da reforma tributária no Senado e pedem adiamento de votação

Placeholder - loading - Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite 06/06/2021 REUTERS/Diego Vara
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite 06/06/2021 REUTERS/Diego Vara

Publicada em  

BRASÍLIA (Reuters) - Governadores do Consórcio de Integração dos Estados do Sul e Sudeste disseram nesta quarta-feira ver com preocupação o relatório da reforma tributária feito pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), por considerarem que o texto desfaz avanços aprovados na Câmara dos Deputados, retira a autonomia dos Estados e cria desequilíbrio entre os entes da Federação.

'A reforma tributária, na forma como ela saiu da Câmara dos Deputados, embora pudesse ter algum questionamento aqui e ali, era mais palatável aos Estados do Sul e Sudeste. O relatório de Eduardo Braga apresenta medidas que geram especial desconforto aos estados do Sul e do Sudeste', afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda, após reunião com o ministro da pasta, Fernando Haddad.

Como exemplo dessas medidas, Leite citou a retirada da Zona Franca de Manaus da incidência do Imposto Seletivo e a criação de uma Cide que tributa bens de todo o país produzidos na região. Braga, que é do Amazonas, afirmou anteriormente que a medida tinha o objetivo de manter a vantagem competitiva da região.

Segundo Leite, essa proposta resultaria em um encarecimento na produção estadual e criaria uma demanda que a Zona Franca não seria capaz de atender.

“Vai encarecer produtos, a produção e retirar a competitividade de produção industrial nos Estados do Sul e Sudeste”, afirmou.

O governador do Rio Grande do Sul também destacou a substituição do Conselho Federativo Nacional por um Comitê Gestor do tributo sobre consumo, que não terá poder de tomar decisões com força de lei e tem o peso do critério populacional reduzido nas votações do colegiado.

Leite caracterizou esse trecho como preocupante e disse que ele representa uma perda na autonomia dos entes federativos frente ao Congresso Nacional. Para ele, o Congreso tem tomado uma série de decisões que aumentam as despesas estaduais e reduzem a arrecadação.

'Uma coisa é nós cedermos parte da autonomia dos Estados, da definição da política tributária, a um conselho em que vão estar participando representantes dos governos estaduais, pessoas que representam governos que têm a obrigação de arrecadar e pagar as contas', argumentou Leite. 'Outra coisa é isso ser definido no âmbito do Congresso, pelos senadores e deputados, que têm o nosso respeito, mas não são os responsáveis pela arrecadação e pela despesa, pelo equilíbrio das contas.'

Como forma de evitar que essa medida seja promulgada, os governadores discutem com senadores a possibilidade de barrar a votação no plenário do Senado.

Os governadores Leite, Cláudio Castro (PL-RJ) e Ratinho Junior (PSD-PR) afirmaram aos jornalistas que a retirada das emendas que consideram equivocadas ou o adiamento da votação seria importante para propor contrapontos ao relatório.

No entanto, caso não seja possível, eles defenderam orientar os senadores de seus Estados a votar contra a proposta. Os três foram acompanhados na reunião com Haddad pelos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC), que não falaram à imprensa.

Ratinho Junior disse que o relatório seria um retrocesso em relação ao texto aprovado pela Câmara, que, segundo ele, trouxe equilíbrio entre todos os Estados.

'Nossa preocupação sobre a questão da reforma tributária é que, do jeito que está, ela desconstrói tudo aquilo que foi construído na Câmara. Essa reforma tributária tem como uma das suas missões acabar ou ficar próxima de zerar a guerra fiscal. Esse novo relatório aumenta a guerra fiscal entre os Estados, divide as regiões, e isso é muito ruim', disse.

Aprovado na terça-feira pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o texto de Braga deve ser votado pelo plenário nesta quarta-feira. A matéria foi aprovada em julho na Câmara, mas terá de voltar à Casa para uma nova análise depois de aprovada pelo Senado, devido às mudanças promovidas pelos senadores.

(Por Victor Borges)

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. governadores do sul e sudeste …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.