Guedes vê Previdência aprovada na Câmara antes de recesso e estima queda de juros
Guedes vê Previdência aprovada na Câmara antes de recesso e estima queda de juros
Reuters
04/07/2019
Por Stefani Inouye
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira acreditar que a reforma da Previdência será aprovada na Câmara antes do próximo recesso parlamentar --que começa em 18 de julho-- e acrescentou que o processo favorece a queda dos juros.
'A economia brasileira é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes, sangrou, sangrou e parou. Mas ela é resiliente e forte, se você começar a tirar os arpões, ela começa a mexer de novo, e é o que vamos fazer', disse Guedes em evento da XP Investimentos em São Paulo.
'Se você tira o arpão dos juros, os juros devem descer', acrescentou o ministro. 'Os juros futuros já estão mostrando que, se sair a reforma da Previdência, vão cair.'
As declarações, recebidas com aplausos da plateia, foram feitas pouco depois de a comissão especial da Câmara que analisa a reforma concluir a aprovação do texto-base do projeto do governo.
Para o ministro, a proposta de reforma previdenciária enviada pelo governo ao Legislativo é forte o suficiente para garantir economia de até 3 trilhões de reais ao longo de 20 anos.
O primeiro objetivo com a reforma é reestruturar o sistema previdenciário, para depois mirar o regime de capitalização, disse Guedes. Ele reiterou que, com as regras atuais, a Previdência do país é 'insustentável'.
Guedes voltou a criticar o excesso de gastos, o que para ele sempre foi uma disfunção da economia brasileira, afirmando ser necessário atacar 'esse vilão' para mudar a trajetória 'sombria' das contas públicas.
SEGUNDO SEMESTRE
No segundo semestre, vencida a etapa da Previdência, o governo terá dois eixos principais de ação: a reforma tributária e o pacto federativo.
A ideia, segundo Guedes, é promover uma simplificação e uma redução dos tributos em reforma que começará a tramitar na Câmara.
Ele disse considerar positivo que os deputados estejam dispostos a debater uma proposta tributária própria, com origem no Legislativo, e afirmou que a tendência é que os projetos convirjam à frente.
Sobre o pacto federativo, Guedes disse que ele começará a ser negociado com o Senado. O objetivo, de acordo com o ministro, é dar força a Estados e municípios, o que contribuiria para fortalecer 'a União como um todo'.
O ministro sinalizou que esse processo passa pela repartição dos recursos do pré-sal e afirmou que o país tem o desafio de explorar suas reservas de petróleo 'nos próximos 15, 20, 30 anos' antes que os preços caiam por causa do avanço do carro elétrico.
'Nosso desafio é tirar isso do chão o mais rápido possível e transformar isso em educação', afirmou. 'O dinheiro sai do pré-sal e vai para um pacto federativo, descentraliza e vira educação para o povo brasileiro espalhado para o país inteiro.'
O ministro afirmou, ainda, que 'em cinco ou seis dias' o governo anunciará medidas para baratear o custo da energia, que envolverão avanços no projecto de abertura do mercado de gás natural.
Sem entrar em detalhes, ele disse que haverá um 'choque de energia barata'.
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