Haddad diz haver negociação de 'entendimento' sobre tarifas com EUA após conversa com Bessent
Haddad diz haver negociação de 'entendimento' sobre tarifas com EUA após conversa com Bessent
Reuters
05/05/2025
(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo que conversou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sobre a política tarifária norte-americana, apontando que os dois países estão negociando os 'termos de um entendimento' em relação à questão.
Falando a jornalistas em visita a Los Angeles para tratar sobre investimentos em data centers, Haddad disse que conversou com Bessent 'em nome da região', uma vez que, segundo ele, 'não faz sentido' a imposição de tarifas sobre a América do Sul por conta dos déficits comerciais que os países possuem com os EUA.
'O mais importante nesse momento é dizer que nós estamos em uma mesa negociando os termos de um entendimento... Eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante', disse o ministro.
Haddad ainda classificou a conversa entre ambos como 'de alto nível' e indicou que outros temas foram discutidos, como a atração de investimentos na área de energia verde e de minerais críticos.
Na semana passada, o ministro já havia dito que autoridades norte-americanas sinalizaram que Bessent estaria disponível para um diálogo, mas afirmou que o encontro não deveria acontecer durante a atual visita aos EUA.
O secretário norte-americano vem se encontrando com líderes de diversos países desde o anúncio de tarifas abrangentes pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, que tem abalado os mercados globais.
No chamado 'Dia da Libertação', Trump anunciou uma tarifa de 10% sobre a maioria das importações dos EUA, com alguns países recebendo taxas mais altas. O Brasil, assim como outros países da América do Sul, ficou com a tarifa de 10%.
Uma semana depois, o presidente dos EUA anunciou uma pausa de 90 dias das taxas mais altas para a maioria dos parceiros, mantendo em vigor a tarifa mínima de 10% e as taxas sobre a China, a fim de permitir negociações comerciais.
(Por Fernando Cardoso)
Reuters

