Indiciamento de Trump leva EUA a território desconhecido

Por Karen Freifeld e Luc Cohen e Tyler Clifford

NOVA YORK (Reuters) - Donald Trump será fotografado e suas impressões digitais devem ser tiradas em um tribunal de Nova York na próxima semana, conforme ele se torna o primeiro ex-presidente norte-americano a enfrentar acusações criminais, por conta de um caso envolvendo um pagamento por silêncio em 2016 à atriz pornô Stormy Daniels.

A esperada aparição de Trump perante um juiz em Manhattan na terça-feira, enquanto o republicano tenta novamente concorrer à Presidência, pode inflamar ainda mais as divisões em todo o país.

Um juiz de Nova York autorizou na sexta-feira o procurador distrital de Manhattan Alvin Bragg a tornar públicas as acusações, mas não ficou claro quando ele o faria.

Por quase duas semanas, Trump tem usado as ameaças legais que enfrenta para arrecadar dinheiro e reunir apoiadores enquanto busca a indicação de seu partido para desafiar o presidente democrata Joe Biden no ano que vem.

O primeiro presidente dos EUA a tentar reverter uma derrota eleitoral, inspirando o violento ataque ao Capitólio dos EUA, sinalizou que continuará em campanha mesmo enfrentando acusações.

'Não tenho medo do que está por vir', disse ele em um e-mail de arrecadação de fundos nesta sexta-feira.

Susan Necheles, advogada de Trump, disse à Reuters que o ex-presidente vai se declarar inocente.

Outro advogado de Trump, Joseph Tacopina, disse que Trump não terá que usar algemas em sua audiência no tribunal e provavelmente será liberado sem pagar fiança.

'Ele está pronto para lutar', disse Tacopina à Reuters em entrevista por telefone.

Trump, de 76 anos, disse na quinta-feira que era 'completamente inocente' e acusou Bragg, um democrata, de tentar prejudicar suas chances eleitorais.

As alegações de interferência política de Trump foram repetidas por muitos de seus colegas republicanos e seus rivais em potencial na corrida de 2024.

(Reportagem adicional de Tim Reid, Doina Chiacu e Katharine Jackson)