Inflação da zona do euro permanece em trajetória benigna e reduz necessidade de corte nos juros
Inflação da zona do euro permanece em trajetória benigna e reduz necessidade de corte nos juros
Reuters
28/11/2025
FRANKFURT (Reuters) - A inflação da zona do euro continua em uma trajetória benigna, segundo uma série de dados divulgados nesta sexta-feira, sustentando as apostas dos economistas de que ela se manterá em torno da meta nos próximos anos e que não serão necessários mais cortes nos juros pelo Banco Central Europeu.
A inflação tem oscilado em torno da meta de 2% do BCE durante a maior parte deste ano e as autoridades a veem próxima desse nível no médio prazo, um raro sucesso para um banco que lutou com uma inflação ultrabaixa durante uma década antes de um aumento pós-pandemia para mais de 10%.
A inflação na França manteve-se em 0,8% neste mês, diminuiu um pouco para 3,1% na Espanha e ficou praticamente inalterada em muitos dos maiores Estados da Alemanha, mantendo o dado geral da zona do euro, a ser publicado na terça-feira, em curso para repetir a leitura de 2,1% do mês anterior.
Enquanto isso, os consumidores consultados pelo BCE no mês passado veem a inflação no próximo ano em 2,8%, um pouco acima dos 2,7% previstos um mês antes, enquanto o aumento dos preços três anos à frente foi estimado em 2,5% e cinco anos depois em 2,2%, disse o BCE.
Os números, baseados em uma pesquisa com 19.000 adultos em 11 países da zona do euro, também são consistentes com as opiniões das autoridades de que a inflação está agora firmemente em torno da meta e se manterá assim nos próximos anos, mesmo que seja possível alguma oscilação em torno dessa projeção.
É por isso que os mercados financeiros não veem quase nenhuma chance de um corte na taxa de juros no próximo mês e veem apenas uma chance em três de qualquer afrouxamento adicional no próximo ano, com a maioria dos economistas apostando que o ciclo da taxa de juros chegou ao fim.
Ainda assim, é improvável que o debate do BCE sobre cortes nos juros termine por algum tempo.
A queda dos preços da energia deve levar a inflação para abaixo da meta em 2026 e algumas autoridades temem que as leituras baixas possam pesar sobre as expectativas e perpetuar uma inflação anêmica.
Porém, o BCE normalmente ignora a volatilidade induzida pelos preços da energia e se concentra no médio prazo. Philip Lane, economista-chefe do banco, também alertou que as pressões sobre os preços, excluindo a energia, ainda são muito altas.
(Reportagem de Balazs Koranyi)
Reuters

