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IPCA-15 acelera em fevereiro com pressão sazonal no início do ano letivo, diz IBGE

Placeholder - loading - Consumidora faz compras em supermercado do Rio de Janeiro 10/05/2019 REUTERS/Pilar Olivares
Consumidora faz compras em supermercado do Rio de Janeiro 10/05/2019 REUTERS/Pilar Olivares

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial do Brasil avançou mais do que o esperado em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, mas economistas disseram que a pressão é sazonal e reflete reajustes de preços no setor de educação devido ao início do ano letivo.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) --uma prévia do IPCA, referência para o regime de metas de inflação-- subiu 0,76% neste mês, acelerando após alta de 0,55% em janeiro. O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,72%.

Nos 12 meses até fevereiro, o IPCA-15 avançou 5,63%, abaixo dos 5,87% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. A leitura superou a taxa de 5,60% projetada por analistas.

A meta oficial para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Em fevereiro de 2022, o IPCA-15 havia subido 0,99%.

Segundo o IBGE, o resultado deste mês foi influenciado principalmente pelo grupo Educação, que disparou 6,41%, representando a maior variação e o maior impacto no índice geral, de 0,36 ponto percentual.

Entre os componentes do grupo, a maior contribuição veio dos cursos regulares, que avançaram 7,64% por conta de reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, informou o IBGE. As maiores variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também registraram altas.

Por ter grande influência dos reajustes de mensalidades no período de volta às aulas, a aceleração do IPCA-15 deste mês é claramente 'sazonal' e 'não surpreende', disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

'Quando a gente olha para a composição do IPCA-15, ele veio um pouco melhor do que o esperado', acrescentou.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15 tiveram alta em fevereiro. Entre os destaques, o grupo Habitação avançou 0,63% no mês, acelerando ante a alta de 0,17% vista em janeiro. Por outro lado, Alimentação e bebidas ganharam 0,39%, arrefecendo frente ao ritmo de 0,55% do mês anterior, enquanto os Transportes avançaram apenas 0,08%, também desacelerando contra ganho de 0,17% em janeiro.

'O quadro geral segue inalterado, com uma desinflação no acumulado em 12 meses', disse João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital. 'A composição segue refletindo menores preços de alimentos e de bens industriais.'

Para Moreno, do C6, 'a inflação à frente continuará alta e os preços livres devem desacelerar de forma gradual'. Segundo ela, a projeção do banco é de que o IPCA termine este ano em 5,8%, mas essa previsão pode ser alterada se a desoneração dos combustíveis acabar no dia 28, conforme previsto. 'O fim dessa desoneração traria um impacto relevante para o IPCA', disse.

Na mais recente pesquisa semanal Focus, do Banco Central, a expectativa para o IPCA foi de alta de 5,89% em 2023.

O resultado acima do esperado da prévia da inflação de fevereiro vem em meio a preocupações do mercado financeiro com possível desancoragem das expectativas de alta dos preços após recentes ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à conduta da política monetária pelo Banco Central. Um dos principais alvos do petista tem sido a taxa Selic, que ele diz estar alta demais, ao ponto de minar o crescimento da economia.

O BC interrompeu no ano passado um longo e intenso ciclo de aperto monetário que, em sua batalha para controlar a alta dos preços e segurar as expectativas de inflação, elevou a taxa básica de juros de uma mínima histórica de 2% para o nível atual de 13,75%.

Escrito por Reuters

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