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IPCA desacelera mais do que o esperado em outubro com preços menores de energia elétrica

IPCA desacelera mais do que o esperado em outubro com preços menores de energia elétrica

Reuters

11/11/2025

Placeholder - loading - Linha de transmissão de energia em Candiota, no Rio Grande do Sul 08/05/2025 REUTERS/Diego Vara
Linha de transmissão de energia em Candiota, no Rio Grande do Sul 08/05/2025 REUTERS/Diego Vara

Atualizada em  11/11/2025

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inflação ao consumidor desacelerou no Brasil em outubro, quando marcou a menor alta para o mês desde 1998, refletindo a queda dos preços de energia elétrica em meio a custos de alimentos e bebidas praticamente estáveis, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,09% em outubro, após alta de 0,48% no mês anterior. No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 4,68% -- ainda acima do intervalo da meta do Banco Central, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Os números vieram abaixo do estimado por analistas em pesquisa da Reuters de alta de 0,16% em outubro e de 4,75% em 12 meses.

Os dados de inflação foram divulgados pouco depois da publicação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central, que destacou que a inflação tem tido dinâmica mais benigna do que o esperado e falou em 'maior convicção' dos diretores de que a Selic em 15% por tempo prolongado levará ao cumprimento da meta.

No mês passado, a energia elétrica residencial teve deflação de 2,39% e foi a principal influência negativa para o índice (-0,10 ponto percentual). O movimento se deu com a mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para patamar 1, que impõe um custo menor para os consumidores -- de R$4,46 por 100 Kwh consumidos, ante R$7,87. As bandeiras são acionadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de acordo com as condições de geração energética.

Já os preços de alimentos e bebidas, que têm o maior peso no IPCA, tiveram variação positiva de 0,01%, interrompendo uma sequência de quatro meses de quedas. Ainda assim foi o menor resultado para outubro desde 2017 (-0,05%).

O gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, disse que a queda recente dos preços dos alimentos tem relação com a boa safra agrícola, mas destacou que 'a contribuição negativa maior já ficou para trás, tanto que agora houve uma estabilidade'.

Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados vieram com variação negativa: artigos de residência (-0,34%), habitação (-0,30%) e comunicação (-0,16%). No lado das altas, as variações ficaram entre o 0,01% de alimentação e bebidas e o 0,51% de vestuário.

'O IPCA segue confirmando o processo de queda de inflação, mas ainda lenta na parte de serviços', avaliou o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano. 'Acho que o BC corta (a Selic) em janeiro, mas não por causa do IPCA de hoje -- acredito que o cenário continuará evoluindo favoravelmente. Mas março também tem elevada probabilidade.'

A inflação de serviços acelerou para 0,41% em outubro, de 0,13% em setembro, refletindo o impacto da alta de preços de itens como passagens aéreas (+4,48%), aluguel residencial (+0,93%) e alimentação fora do domicílio (+0,46%). Gonçalves, do IBGE, disse que a alta pode refletir uma inflação de demanda, em meio a um mercado de trabalho forte e aumento da renda.

Para o restante do ano, ele ponderou que, enquanto no final de 2024 a inflação foi pressionada por carnes e café, agora não há perspectiva de impactos mais fortes de alta. 'Ainda tem efeito maior da queda da gasolina já que ela caiu no dia 21 de outubro e maior parte (do impacto) vai ficar para novembro', afirmou.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Reportagem adicional de Fabrício de Castro, em São Paulo)

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