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Irmãos cristãos paquistaneses são detidos por blasfêmia após multidão incendiar igrejas

Irmãos cristãos paquistaneses são detidos por blasfêmia após multidão incendiar igrejas

Reuters

18/08/2023

Placeholder - loading - Local vandalizado em bairro cristão em Jaranwala  17/8/2023   REUTERS/Muhammad Tahir
Local vandalizado em bairro cristão em Jaranwala 17/8/2023 REUTERS/Muhammad Tahir

Por Mubasher Bukhari e Asif Shahzad

LAHORE, Paquistão, 18 Ago (Reuters) - A polícia paquistanesa prendeu dois irmãos cristãos acusados ​​de blasfêmia, disseram um porta-voz e uma fonte nesta sexta-feira, dois dias depois que uma multidão muçulmana incendiou igrejas e casas, culpando os dois homens por profanar o Alcorão.

Páginas do Alcorão foram encontradas em uma rua com comentários depreciativos escritos em vermelho, disse a polícia. Uma página extra anexa também trazia os nomes, endereços e números de carteira de identidade dos acusados, disse o chefe da polícia provincial Usman Anwar.

A polícia estava investigando todos os ângulos para saber por que os nomes e endereços estariam anexados, afirmou ele à Reuters.

A blasfêmia é punível com a morte no Paquistão e, embora ninguém tenha sido executado, vários acusados ​​foram linchados por multidões enfurecidas. Um ex-governador provincial e um ministro das minorias foram mortos a tiros por tentar reformar a lei de blasfêmia.

Grupos de direitos humanos dizem que acusações de blasfêmia às vezes são usadas para acerto de contas. Centenas de pessoas estão definhando na prisão depois de serem acusadas porque os juízes muitas vezes adiam os julgamentos, temendo represálias se forem vistos como indulgentes, dizem eles.

Tropas paramilitares estão guardando o local dos ataques incendiários, um assentamento cristão em Jaranwala, no distrito industrial de Faisalabad, que também inclui a histórica Igreja do Exército da Salvação e a Igreja Católica de São Paulo.

Um cemitério cristão também foi profanado, disseram moradores e líderes comunitários, acrescentando que a multidão arrastou pertences das casas dos cristãos e os incendiou.

A violência continuou por 10 horas sem intervenção da polícia no local, segundo moradores e líderes comunitários. A polícia negou isso, dizendo que evitou danos ainda maiores.

O primeiro-ministro interino, Anwar ul Haq Kakar, disse na sexta-feira que as minorias devem ser protegidas a todo custo, prometendo tomar medidas contra os envolvidos na violência.

A polícia disse que até agora prendeu 128 pessoas envolvidas no ataque da multidão.

Reuters

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