Juíza de Utah rejeita mapa republicano de distritos eleitorais em vitória para democratas

Por Joseph Ax

WASHINGTON (Reuters) - Uma juíza de Utah rejeitou um novo mapa dos distritos eleitorais pelos quais são eleitos os representantes do Estado no Congresso dos Estados Unidos, que havia sido aprovado pelo Parlamento estadual, liderado pelos republicanos, em favor de uma alternativa que parece provável que resultará na virada de uma das quatro cadeiras do Estado na Câmara dos Deputados dos EUA para os democratas nas eleições do ano que vem.

Em uma decisão tomada na noite de segunda-feira, a juíza distrital Dianna Gibson chamou o mapa distrital de 'anomalia partidária extrema' que ilegalmente deu uma vantagem aos republicanos. O plano desenhado pelos republicanos dividiu o Condado de Salt Lake, onde reside a maioria dos democratas do Estado, pela metade.

Gibson escolheu um dos dois mapas alternativos propostos por grupos de direitos eleitorais que haviam contestado o mapa originalmente aprovado, ambos criando um distrito de tendência democrata centrado no Condado de Salt Lake.

A decisão foi tomada em meio a uma batalha nacional sobre redesenho dos distritos eleitorais que começou quando o Texas, agindo a pedido do presidente norte-americano, Donald Trump, redesenhou seu mapa de distritos eleitorais para tentar conquistar cinco cadeiras atualmente ocupadas por democratas. Em resposta, na semana passada, os eleitores da Califórnia aprovaram por esmagadora maioria um novo mapa dos distritos do Estado que tem como alvo cinco deputados republicanos.

Outros Estados liderados por republicanos e democratas também elaboraram novos mapas ou estão considerando fazê-lo. Embora a manipulação das linhas distritais para beneficiar um partido, conhecida como gerrymandering, não seja novidade, o redistritamento normalmente ocorre apenas uma vez por década, quando os Estados são constitucionalmente obrigados a fazer o redistritamento com base no Censo decenal dos EUA.

Em 2026, os democratas precisam virar apenas três cadeiras conquistadas pelos republicanos no ano passado para assumir o controle da Câmara dos Deputados dos EUA.

Em Utah, Gibson havia ordenado aos parlamentares, em agosto, que desenhassem um novo mapa depois de constatar que os republicanos revogaram ilegalmente um referendo aprovado pelos eleitores que criou uma comissão independente de redistritamento.

Mas, na segunda-feira, ela concordou com os grupos de direitos eleitorais que o plano resultante, apoiado pelos republicanos, continuava a ser muito distorcido para ser mantido.

'Com base nas provas apresentadas, a corte considera que o Mapa C foi elaborado com o objetivo de favorecer os republicanos', escreveu ela.

A legisladora estadual republicana Candice Pierucci, que ajudou a liderar o desenho do mapa, chamou a decisão de 'um exemplo claro de ativismo judicial' no X.

A deputada democrata dos EUA Suzan DelBene, presidente do braço de campanha nacional do partido no Congresso, disse em um comunicado: 'Essa decisão é uma vitória para todos os utahnianos que acreditam que os eleitores -- e não os políticos -- devem decidir quem são seus representantes'.